Bacia de Santos possui condições para se tornar um reservatório de CO2

De acordo com um estudo realizado no Instituto de Energia e Ambiente (IEE), a região apresenta possibilidades para abrigar um projeto de armazenamento de gás carbônico (CO2)

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 17/09/2020 - Publicado há 4 anos
Novos Cientistas - USP
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Bacia de Santos possui condições para se tornar um reservatório de CO2
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Na entrevista desta quinta-feira (17), a geóloga Mariana Ciotta descreveu como o Campo de Merluza, na Bacia de Santos, pode se tornar uma região capaz de abrigar um projeto de armazenamento de gás carbônico (CO2). Sob orientação do professor Colombo Celso Gaeta Tassinari, do Instituto de Geociências, a geóloga desenvolveu no Instituto de Energia e Ambiente(IEE) da USP a pesquisa Estudo de possibilidades para armazenar CO2 em reservatórios geológicos offshore na Bacia de Santos.

“Quando o Brasil passa a ser signatário do Acordo de Paris, em 2015, a ideia é que sejam reduzidas as emissões de gases de efeito estufa. Isso pode ser feito de várias formas, como investir em energias mais limpas, evitar desmatamento, aumentar a eficiência energética, entre outras medidas, e também investir em armazenamento geológico de CO2”, descreveu a pesquisadora. O CO2, segundo Mariana, fica depositado nos poros das rochas. “E no caso do Campo de Merluza é favorável por ser um campo esvaziado de petróleo, que já atingiu sua fase final de vida”, explicou. A Bacia de Santos possui localização privilegiada, estando próxima de centros produtores e consumidores de derivados de petróleo.

Em seu trabalho, Mariana realizou uma revisão bibliográfica que compilou informações sobre as diversas etapas envolvidas na seleção de um reservatório geológico de CO2. A pesquisa também traz um estudo de cálculo de estimativa de capacidade de armazenamento. “Essa favorabilidade não é apenas geológica”, como explicou Mariana: “A presença de infraestrutura já instalada na zona de merluza, como uma plataforma fixa e um gasoduto exclusivo, significa maior economicidade e menor dano ambiental da adaptação de campos depletados em óleo e gás para o uso como reservatório geológico de CO2”.


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