As estratégias dos movimentos negros nas denúncias de violência policial e discriminação

Na pesquisa de doutorado intitulada Gramática Negra contra a violência de Estado: da discriminação racial ao genocídio negro (1978-2018), o sociólogo Paulo César Ramos identificou o

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 27/05/2021 - Publicado há 3 anos
Novos Cientistas - USP
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As estratégias dos movimentos negros nas denúncias de violência policial e discriminação
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Na pesquisa de doutorado intitulada Gramática Negra contra a violência de Estado: da discriminação racial ao genocídio negro (1978-2018), o sociólogo Paulo César Ramos identificou o que denomina “pontes semânticas” que pautaram os movimentos negros em suas denúncias contra a violência de Estado, mais especificamente a policial. “Esse estudo é uma continuidade de meu programa de mestrado e tem a ver com minhas relações com o movimento negro. Percebi que  emergia uma nova agenda de luta, que era contra o genocídio da juventude negra. No doutorado procurei localizar qual o papel da violência policial nessa denúncia contra o genocídio”, explicou o sociólogo.

Em seu estudo, que teve a orientação da professora Márcia Lima, Ramos traçou um histórico, entre os anos de 1978 e 2018, das formulações políticas, denúncias, proposições e bandeiras de luta das organizações negras contra a violência policial no Brasil. Com base na análise de documentos políticos encontrados em acervos privados, fornecidos por lideranças dos movimentos negros, e entrevistas pessoais, Ramos reconstituiu alguns casos emblemáticos de violência policial que ganharam a atenção das organizações negras, da mídia e da política institucional.

O trabalho foi construído, principalmente, a partir da reconstrução dos protestos em casos emblemáticos de violência policial e as análises permitiram ao pesquisador identificar o que ele denomina “pontes semânticas”. “É a partir dessas ‘pontes’ que o movimento então se organiza na luta”, descreve. Assim, ele estabeleceu três períodos de protestos: a discriminação racial (1978-1988), a violência racial (1989-2006) e o genocídio negro (2007-2018).


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