Antropólogo registra costumes de povos indígenas do Mato Grosso em linguagem audiovisual

Incentivados pelo antropólogo André Lopes, os povos indígenas Manoki e Myky, do Mato Grosso, encontraram uma forma de compartilhar suas práticas e histórias. O engajamento dos jovens com o audiovisual levou à criação de um coletivo de cinema

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 05/12/2024 - Publicado há 2 meses
Novos Cientistas - USP
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Antropólogo registra costumes de povos indígenas do Mato Grosso em linguagem audiovisual
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Na entrevista desta quinta-feira (5) no podcast Os Novos Cientistas, o antropólogo André Lopes descreveu parte de seu estudo de doutorado realizado no Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP intitulado Ijã Mytyli: Os Manoki e os Mỹky em seus novos caminhos-histórias audiovisuais. A pesquisa, que teve orientação do professor Renato Sztutman, foi a vencedora do Prêmio Tese Destaque USP 2024, na categoria Inovação.

Durante a conversa, o antropólogo narrou como, por meio da linguagem audiovisual, os povos indígenas Manoki e Myky, do Mato Grosso, encontraram uma forma de compartilhar suas práticas e histórias. O engajamento dos jovens com o audiovisual levou à reativação de tradições desses povos, à criação de um coletivo de cinema e à produção de alguns filmes premiados. “Foi daí que surgiu a minha tese de doutorado”, contou o pesquisador ao jornalista Antonio Carlos Quinto.

Formado em Ciências Sociais, André Lopes trabalha desde 2008 com os Manoki no estado do Mato Grosso e, desde 2009, auxilia no processo de filmagem e produção de filmes, oferecendo oficinas audiovisuais. O primeiro documentário, “O Batizado dos Meninos Manoki”, foi produzido em 2009. O filme apresenta o ritual de iniciação dos jovens à vida adulta, que não era feito havia 14 anos. “A possibilidade de gravar essa cerimônia foi um dos fatores que contribuíram para a reativação dela. Esse foi o primeiro trabalho e depois a gente continuou fazendo vídeos. O mestrado e doutorado foram formas de continuar a relação de colaboração e parceria com essas pessoas nas aldeias”, descreveu Lopes.

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