O Ambiente é o Meio desta semana conversa com a bióloga e doutora pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, Crislaine de Almeida, sobre restauração florestal da Mata Atlântica. A conversa traz a expertise de Crislaine na área de restauração florestal e educação ambiental, na qual divide o seu tempo com as pesquisas no laboratório.
A bióloga explica que a mata Atlântica é um hotspot, uma área que sofreu muito com o desmatamento por conta de sua localização desde a colonização do Brasil e foi também uma das primeiras florestas a serem restauradas, mas alerta que a restauração florestal ainda é uma ciência nova, que ainda necessita de estudo sobre as características de cada espécie presente.
A restauração ambiental não pode ser confundida com o reflorestamento, segundo a pesquisadora, o reflorestamento leva em conta apenas o plantio de novas árvores, sem se preocupar com as características das espécies nativas que foram retiradas no desmatamento. Já, na restauração ambiental é feito um estudo da região e das espécies nativas para entender qual a melhor metodologia a ser empregada.
Crislaine é autora da tese O que se planta na restauração da Mata Atlântica: uma análise florística e funcional, realizada na Esalq e no Laboratório de Silvicultura e Pesquisas Florestais (Laspef) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). No trabalho a bióloga analisou dados de 2002 a 2018 e comparou com os das florestas remanescentes, aquelas que permanecem intactas e ainda preservam a biodiversidade original da Mata Atlântica.
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