
O Ambiente é o Meio desta semana conversa com o geógrafo Aiala Colares de Oliveira, professor e coordenador de pesquisa do grupo Territórios Emergentes e Redes de Resistências na Amazônia (Terra) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), que fala do relatório Cartografias das violências na região amazônica.
Trata-se de um estudo sobre ilegalidades, criminalidade e segurança pública na Amazônia e a relação com o debate socioambiental, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS) e em parceria com os pesquisadores do Terra.
Oliveira conta que o processo de “interiorização da violência” e a presença de facções do crime organizado na região amazônica estão relacionados também a crimes ambientais. Os dados coletados revelaram que existe uma “forte relação entre o narcotráfico, o contrabando de madeira, a exploração ilegal de ouro, o contrabando de minérios, como manganês e cassiterita, e outras atividades que também estão relacionadas a crimes ambientais”, analisa o professor.
De acordo com o estudo, “grande parte da destruição da floresta na região é fruto de atividades ilegais alimentadas por complexas cadeias criminosas nacionais e transnacionais que movimentam diferentes economias – de madeira a minérios passando pela especulação imobiliária, lavagem de ativos e outros crimes como o tráfico de pessoas ou animais silvestres”. O relatório traz ainda dados sobre homicídios e a estrutura institucional das forças de segurança na região da Amazônia Legal, as operações da Força Nacional de Segurança Pública e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), além das facções criminais que atuam no Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins.
Ambiente é o Meio