O Ambiente é o Meio desta semana conversa com a bióloga Kayna Agostini, professora e pesquisadora do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde trabalha com biologia da polinização na agricultura e em áreas urbanas. Com base em uma pesquisa desenvolvida junto com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Kayna fala sobre a diminuição ou o aumento do número de indivíduos e espécies de insetos, especificamente no Brasil, e suas consequências.
No Brasil, “a gente ainda não tem a dimensão de quantas espécies de insetos existem, porque é um grupo tão grande e falta tanto estudo”, adianta a pesquisadora. Mas, com a ajuda de outros pesquisadores que realizam o monitoramento de populações de insetos, há, pelo menos, cinco anos, foi possível averiguar um declínio das espécies.
“A partir de dados coletados, tanto da literatura quanto através das informações dos pesquisadores”, a equipe conseguiu traçar um panorama das regiões brasileiras. “Tem muito mais dados, por exemplo, da região aqui do Sudeste, por conta, talvez, de um esforço maior dos pesquisadores, e falta muito dado sobre a região Norte, principalmente da região Amazônica.” Apesar das dificuldades, a pesquisadora afirma que, de fato, houve um declínio dos insetos terrestres, enquanto os insetos aquáticos se mantiveram estáveis em relação ao número de indivíduos e ao número de populações.
Os achados da pesquisa são importantes, explica Kayna, porque os insetos possuem uma grande importância ecossistêmica, sendo “importantíssimos para sobrevivência do ser humano”. Sem a polinização, por exemplo, haveria “um sério problema na produção de alimentos”, adverte a bióloga.
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