O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com o líder indígena e ambientalista Ailton Krenak sobre seu livro Ideias para adiar o fim do mundo. Jornalista, poeta, escritor e professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), além do reconhecimento internacional como uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, Krenak fala sobre a importância de seu povo para a vida da Terra.
Conta que começou a dedicar-se ao movimento indígena na década de 1980 e relembra sua participação na Assembleia Nacional Constituinte, responsável pela elaboração da Constituição brasileira de 1988. Krenak, que participou da Assembleia por meio de uma emenda popular que foi fundamental para a garantia dos direitos indígenas, fala sobre a oportunidade de ter feito “uma fala de defesa do capítulo dos índios na Constituição brasileira, que foi única e decisiva”.
No livro Ideias para adiar o fim do mundo, o líder indígena analisa a relação da humanidade com a natureza. “Da perspectiva nativa, local, eu olhei o mundo e falei que ele estava ao avesso”, diz, indagando sobre os tratamentos que os povos originários são submetidos nos países do Cone Sul.
O escritor fala também sobre a importância dos vínculos profundos que os povos indígenas têm com sua memória ancestral e a natureza. São povos que “vivem de memória” e há “potência nessa memória”, afirma, insistindo que a natureza é algo sagrado para esses povos e da qual se sentem parte integrante. “Já que o planeta inteiro está abalado, que a gente seja capaz de produzir um sentimento íntimo, onde há abundância, mas não excesso”, completa.
Ideias para adiar o fim do mundo, lançado em 2019, é um dos títulos mais vendidos nas livrarias brasileiras e foi traduzido para o inglês, francês e alemão. A obra surgiu como uma adaptação de duas conferências e uma entrevista realizadas por Krenak em Portugal, entre 2017 e 2019.
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