O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com Carlos Alfredo Joly, pesquisador e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Principal mentor do Projeto Biota-Fapesp, Joly fala sobre a biodiversidade no interior do Estado de São Paulo.
De acordo com o professor, o Estado perdeu muito da sua biodiversidade nativa. “Nós tínhamos um Estado com originalmente 85% da sua área coberta por floresta; hoje isso está em torno de 12%”, conta Joly se referindo à área da Serra do Mar. Enquanto isso, no cerrado, “sobraram mais ou menos 8 mil fragmentos”, emenda, afirmando que a maioria desses pedaços do bioma não possui o tamanho mínimo de 400 hectares para que seja possível preservar.
As informações, segundo Joly, vêm de dados coletados e examinados pelo Biota-Fapesp que tem como principal objetivo conhecer, mapear e analisar a biodiversidade brasileira. Mas adianta que no Estado de São Paulo só conservar não é suficiente. Para o professor é necessário restaurar e reconectar fragmentos que estão perdendo a capacidade de preservar a biodiversidade. Joly informa que o Biota-Fapesp foi responsável por elaborar mapas mostrando a importância da conservação e restauração que passaram a ser usados pelo Estado de São Paulo para orientar as políticas públicas.
Hoje, as ferramentas que possibilitam essa restauração de biomas são o Código Florestal, que obriga a “restauração das áreas de proteção ciliares, as áreas de preservação permanente (APP) e de proteção dos rios”, e a Reserva Legal, localizada em propriedades rurais.
Segundo o pesquisador, o projeto passa agora por fase de renovação, com planos para os próximos 20 anos, e avalia as possibilidades de exploração sustentável de plantas, animais e microrganismos com potencial econômico e de subsidiar a formulação de políticas de conservação da biodiversidade.
Ambiente é o Meio