O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com Humberto Alves Barbosa, professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e responsável por implantar e coordenar o Laboratório de Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), uma das principais referências no País quanto à recepção, processamento, análise e distribuição de dados satelitários do Meteosat Segunda Geração (MSG). Membro do Conselho Técnico-Científico (CTC) do Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTIC), Barbosa fala sobre a desertificação do semiárido brasileiro, que se estende pelos nove Estados da região Nordeste e também pelo norte de Minas Gerais.
Segundo o professor Barbosa, a caatinga é o bioma brasileiro mais vulnerável às mudanças climáticas e desertificação. Embora todos os outros ecossistemas também estejam sujeitos a vulnerabilidades, “é na caatinga que essas vulnerabilidades ficam mais acentuadas”, afirma.
Para Barbosa, a desertificação é responsável pela impossibilidade de produção de alimentos de 13% do território brasileiro. E diz que são dois os processos de desertificação: desmatamento e seca, que estão ficando cada vez mais frequentes e mais prolongados.
Lembra que o Brasil não possui processo natural de desertificação, mas “uso e ocupação” de solo que degradam áreas de vegetação nativa, principalmente da caatinga. As secas também contribuem, segundo o professor, mas são características naturais da região que têm aumentado ao longo dos anos.
Barbosa elenca as mudanças climáticas que têm impacto direto no regime de chuvas da caatinga. Com a diminuição das chuvas, garante, “há uma maior evaporação”, gerando mais carbono – que estava armazenado no solo – na atmosfera. Pouca chuva e mais evaporação tornam a região semiárida “cada vez mais árida”, alerta.
Ambiente é o Meio