
Com uma aula inaugural ministrada em 1° de março, a disciplina optativa de graduação Ciência Translacional é a primeira oferecida por meio de uma parceria entre a USP, Unesp e Unicamp, com apoio da Universidade de Oxford. O termo translacional é utilizado para identificar pesquisas realizadas nas áreas da saúde, estabelecendo uma conexão entre a biomedicina básica e a inovação. O oferecimento da disciplina na graduação das três universidades dialoga com a infraestrutura que está sendo montada no campus de Botucatu da Unesp.

“A disciplina de Ciência Translacional é uma semente para a integração das três universidades estaduais paulistas. É compromisso da atual gestão da USP, da Unesp e da Unicamp desenvolver mais mecanismos de aproximação entre as três universidades, a fim de contribuir para sua missão de promover o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social do Estado de São Paulo. Esta disciplina explora um dos nichos estratégicos da ciência brasileira contemporânea, que é a produção biotecnológica, tão importante para a soberania nacional. A recente pandemia de covid-19 nos fez entender a importância da ciência translacional e a posição estratégica que ela ocupa, particularmente aquela voltada à saúde”, ressalta o pró-reitor de Graduação da USP, Aluisio Segurado.

O professor do Departamento de Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp — ao qual a disciplina está vinculada —, José Paes de Oliveira Filho, considerou a realização do curso uma conquista para as três universidades paulistas. “Essa disciplina nos enche de orgulho por ser um embrião para os próximos passos que temos em mente”, afirmou.

Para a professora responsável pela disciplina na Unicamp, Laura de Oliveira Nascimento, a interdisciplinaridade já é uma característica da Unicamp, mas agora foi iniciada uma etapa interuniversidades, o que é uma inovação. “Com isso, virão diversos desafios, mas, com certeza, com carinho, dedicação e muita informação de qualidade, vamos avançar nessa colaboração entre as graduações das universidades”, previu.
A representante da Universidade de Oxford, Sue Ann Costa Clemens, disse que a disciplina foi pensada de maneira abrangente. “Isso significa que as aulas contemplam o conteúdo, mas também as formas como isso será comunicado à população. Se não comunicamos nossos resultados, não estamos fazendo ciência, nem pesquisa, nem trazendo inovação e tecnologia para nosso país e para o mundo”, ponderou.
Disciplina optativa de Ciência Translacional
O curso segue até junho de 2024, em formato híbrido, com aulas on-line síncronas entre as universidades participantes e aulas presenciais, marcadas por visitas a instalações das universidades estaduais que atuam diretamente com pesquisa translacional.
A disciplina recebeu 159 inscrições de alunos da USP, 57 da Unesp e 25 da Unicamp. A próxima etapa, segundo os idealizadores do curso, é instituir uma Habilitação em Ciência Translacional, com um ano de duração.
* Estagiária sob supervisão de Erika Yamamoto