USP inaugura Centro de Excelência da OEA voltado à sustentabilidade e inovação oceânica

Inova Oceano foi formalmente reconhecido como membro da rede de Centros de Excelência da Organização dos Estados Americanos em um passo significativo no enfrentamento dos desafios globais

 04/12/2024 - Publicado há 1 mês     Atualizado: 12/12/2024 às 18:45
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Grupo de pessoas ao redor de um cavalete com uma placa metálica aplaude
A cerimônia, realizada na sala do Conselho Universitário, marcou o reconhecimento do Centro de Excelência em Inovação Oceânica e Tecnologias Transformadoras da USP como membro da rede de Centros de Excelência da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Tecnologias Transformadoras – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

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Foi realizada na terça-feira, 3 de dezembro, a cerimônia de reconhecimento do Centro de Excelência em Inovação Oceânica e Tecnologias Transformadoras da Universidade de São Paulo (Inova Oceano – Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano) como membro da rede de Centros de Excelência da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Tecnologias Transformadoras. 

Instituída em 2019 por meio de um convênio entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a USP, a cátedra tem o Instituto de Estudos Avançados (IEA) e o Instituto Oceanográfico (IO) como responsáveis por suas atividades e gestão. Há também quatro instituições parceiras: a Coordenação de Ciências Oceânicas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação; o Brazilian Future Ocean Panel (Painel Mar); a Brazilian Coastal Benthic Habitats Monitoring (ReBentos); e a SOS Mata Atlântica.

A finalidade da iniciativa é reunir pessoas e esforços de diversas instituições nacionais e internacionais para avançar na agenda oceânica e fomentar pesquisa integrada e interdisciplinar, o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a alfabetização oceânica e a tomada de decisões para a sustentabilidade do oceano e, assim, promover um sistema integrado de pesquisa, treinamento, informação e documentação sobre o tema. A perspectiva é que ela facilite a colaboração entre pesquisadores de reconhecimento internacional e aqueles da USP, bem como de outras instituições brasileiras e de outros países da América Latina e do Caribe.

A formalização do centro deve expandir e fortalecer a cooperação regional no desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação nas Américas, com o oceano como conector de diferentes abordagens. O centro deve contribuir também com os esforços que a Universidade vem implementando no desenvolvimento de ciências oceânicas, como o Pilar Oceânico estabelecido no Centro Internacional de Pesquisa (IRC, na sigla em inglês) do Centro Nacional de Pesquisa Científica Francês (CNRS, na sigla em francês) da USP. O Centro da OEA e o Pilar Oceânico do IRC terão uma agenda convergente planejada e implementada em sinergia.

Na cerimônia de reconhecimento do centro, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Júnior ressaltou a importância que o assunto tem para a USP: “Estamos altamente comprometidos com os objetivos da ONU relacionados às questões voltadas das mudanças climáticas e da  sustentabilidade. Nesse contexto, temos uma importante  missão de proteção dos oceanos, que faz parte desse compromisso, e agora temos uma forte colaboração entre USP, CNRS, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), OEA e os legisladores paulistas, por meio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), em uma situação ímpar que favorece as ações de proteção dos oceanos e impulsiona nossa colaboração com empresas privadas e com políticas públicas voltadas aos oceanos. Precisamos ainda trabalhar duro e há muito a ser feito, mas temos uma situação favorável criada com essa colaboração e com todos trabalhando juntos com o objetivo de aumentar nosso conhecimento sobre o oceano, sobre como protegê-lo e como trabalhar com esse espaço. Em alguns anos, certamente teremos resultados bastante relevantes”. 

Homem com camisa e paletó, óculos e cabelo curto grisalho, fala ao microfone em um púlpito. Ao fundo, Bandeiras da USP, OEA e Brasil.
“Estamos altamente comprometidos com os objetivos da ONU relacionados às questões das mudanças climáticas e da sustentabilidade. Nesse contexto, temos uma importante missão de proteção dos oceanos, que faz parte desse compromisso, e agora temos uma forte colaboração”, afirmou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

“Sinto uma enorme satisfação ao ver essa instituição tão renomada abrir suas portas para receber este centro e saber que ele está sendo hospedado no Brasil por um líder nas pesquisas oceânicas. Essa iniciativa demonstra sua capacidade para trazer projetos inovadores de todo o mundo para compartilhar e desenvolver soluções voltadas aos desafios que encaramos atualmente. Estamos confiantes que, ao tornar-se um centro de excelência da OEA, a USP passa a ser uma referência regional para os países das Américas e do hemisfério. Acreditamos que a ciência, a tecnologia e a inovação nos levam a um crescimento sustentável, inclusivo e resiliente”, afirmou a secretária executiva de Desenvolvimento Integral da OEA, Kim Osborne, em participação on-line. 

O titular da Cátedra, Alexander Turra, que é docente do IO, celebrou: “Trata-se de um momento muito importante, não só para a USP, mas para os oceanos. Ter essa oportunidade, de um arranjo institucional voltado para viabilizar pesquisas de alto nível focadas neste tema, permite pensar sobre o oceano e sua relação com a solução de problemas globais de forma muito mais ampla e efetiva. Um movimento valioso, unindo a USP, a Alesp, a Fapesp e o CNRS, mostra o comprometimento com a importância do oceano e nos permitirá avançar juntos para um futuro mais sustentável. O lançamento deste centro nos dará condições bastante fortes para encarar os desafios que temos no planeta com as crises de pobreza, do clima, da biodiversidade e da poluição, que vêm causando graves consequências”.  

Para o presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago, o novo centro reflete o protagonismo paulista nas pesquisas oceânicas: “A Unesco declarou os anos de 2021 a 2030 como a Década do Oceano. As diferentes abordagens a respeito da proteção dos oceanos dependem e derivam da pesquisa científica, e a Fapesp é uma das maiores apoiadoras desses estudos no Brasil. Mais de um terço das pesquisas realizadas no País sobre o assunto são originadas no Estado de São Paulo, em um volume equivalente a toda produção argentina, quase todas incluídas em linhas de financiamento da nossa instituição”. 

“Em um País como o nosso, com uma costa tão grande, nós precisamos prestar mais atenção aos oceanos e em como podemos inovar e usar os recursos para proteger o que temos. Precisamos, também, disseminar todo o conhecimento que tem sido desenvolvido aqui na USP, em especial pelo professor Turra, e seguir adiante, pois ainda há muito trabalho esperando e muitas descobertas a serem feitas. Vamos trabalhar juntos para conseguir atingir o que precisamos para ter sucesso”, declarou a diretora do IEA, Roseli de Deus Lopes.

O evento contou também com a participação do embaixador Benoni Belli, representante permanente da Missão Brasileira junto à OEA, e diversas autoridades acadêmicas, representantes da Marinha do Brasil e pesquisadores internacionais.

Placa de metal com logos da OEA, IEA, IO e dizeres alusivos ao reconhecimento do Centro de Excelência em Inovação Oceânica e Tecnologias Transformadoras da Universidade de São Paulo (Inova Oceano - Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano) como membro da rede de Centros de Excelência da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Tecnologias Transformadoras.
Instituído por meio de um convênio entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a USP, o centro tem o Instituto de Estudos Avançados (IEA) e o Instituto Oceanográfico (IO) como responsáveis por suas atividades e gestão – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Seminário sobre oceanos e desenvolvimento sustentável 

A cerimônia integrou a programação do Seminário de Inovação Oceânica e Tecnologias Transformadoras, realizado pelo IEA, de 3 a 5 de dezembro, com a proposta de expandir as discussões e ações para enfrentar as crises planetárias pensando no oceano como protagonista central para o desenvolvimento sustentável. 

Ao longo de três dias, dezenas de pesquisadores e representantes de instituições públicas e privadas participaram de painéis e mesas-redondas que abordaram temas como Declaração dos Direitos Humanos no Oceano; A Rede Prospecta Américas de Centros de Excelência e o Oceano; Pilares do Centro Internacional de Pesquisa USP/CNRS e o Oceano; Centro de Excelência da OEA em Inovação Oceânica e Tecnologias Transformativas – Quadro geral e estratégias; A contribuição da Universidade de São Paulo para o ecossistema de inovação e o papel do Centro de Excelência em Inovação Oceânica e Tecnologias Transformativas; O ecossistema de inovação e o papel do Centro de Excelência em Inovação Oceânica e Tecnologias Transformativas; e Lições aprendidas dos Centros da OEA em Tecnologias Transformativas, entre outros. 

A programação completa e a gravação da transmissão podem ser consultadas neste link


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