No último dia 12, o auditório do InovaUSP recebeu dirigentes e pesquisadores da Universidade, dos governos federal e estadual e de setores da indústria para o seminário Os Semicondutores e a Competitividade da Indústria Brasileira, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) e pelo Centro de Inovação da USP (InovaUSP).
Os semicondutores são componentes utilizados como matéria-prima para a produção de chips que, por sua vez, são usados na fabricação de produtos como aparelhos eletroeletrônicos e veículos. Durante a pandemia, uma crise de escassez desse item impactou diversos setores industriais.
Na abertura do evento, o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, lembrou que “crises são oportunidades para mudar a situação anterior. A tendência é que os países organizem sua cadeia de produção de semicondutores para não serem tão dependentes de elementos externos ou, se for imprescindível, para dependerem de países cujas relações políticas e históricas sejam mais duradouras”.
Carlotti também falou sobre como é possível encontrar soluções para problemas que envolvam semicondutores no Brasil: colocando Universidade, Estado e indústria para exercerem seus papéis de, respectivamente, formar recursos humanos, organizar legislativamente e produzir. “Isso demonstra uma vontade da USP de atender demandas do Estado e de participar da solução de um problema da sociedade”, concluiu.
O sócio e vice-presidente de Negócios e Estratégia do Grupo H e integrante do grupo de transição do governo paulista, Jorge Lima, falou sobre a situação da indústria de semicondutores no Brasil nos últimos anos e sobre a influência do Estado e suas políticas nesse mercado. Ele também defendeu a participação ativa do setor produtivo em governos quando se trata de industrialização.
Arm Academic Access
No final do seminário, foi anunciada a adesão da USP ao programa global Arm Academic Access (AAA), da empresa britânica de semicondutores Arm — uma das mais relevantes do ramo mundialmente.
Segundo o diretor do InovaUSP, Marcelo Knörich Zuffo, agora a USP faz parte do número seleto de universidades que, por meio desse programa, possui acesso irrestrito a toda propriedade intelectual dos microprocessadores Arm, para projetos de microprocessadores avançados.
Com isso, a Universidade pesquisará e desenvolverá microprocessadores avançados de IoT (internet of things, ou internet das coisas), 5G e IA (inteligência artificial) de baixo consumo de energia.
“A USP é a primeira universidade sul-americana a aderir a esse programa e terá como objetivo fornecer soluções inovadoras para uma ampla variedade de domínios de aplicação e sistemas embarcados, incluindo cidades digitais, indústria 4.0 e meio ambiente — não só na América Latina, mas nos ecossistemas globais de semicondutores”, explicou Zuffo.