USP adere a programa para desenvolvimento de microprocessadores avançados

O anúncio foi feito em um seminário que discutiu o mercado de semicondutores e a competitividade da indústria brasileira

 14/12/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 16/12/2022 às 13:23
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(A partir da esquerda) O membro do Conselho da Associação dos Engenheiros Politécnicos e diretor-geral da CervBrasil, Paulo Petroni; o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi) e da Smart Modular Technologies, Rogério Nunes; o sócio e vice-presidente de Negócios e Estratégia do Grupo H, Jorge Lima; e o diretor de Tecnologia do Senai Cimatec, Leone Andrade – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

No último dia 12, o auditório do InovaUSP recebeu dirigentes e pesquisadores da Universidade, dos governos federal e estadual e de setores da indústria para o seminário Os Semicondutores e a Competitividade da Indústria Brasileira, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) e pelo Centro de Inovação da USP (InovaUSP).

Os semicondutores são componentes utilizados como matéria-prima para a produção de chips que, por sua vez, são usados na fabricação de produtos como aparelhos eletroeletrônicos e veículos. Durante a pandemia, uma crise de escassez desse item impactou diversos setores industriais.

Na abertura do evento, o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, lembrou que “crises são oportunidades para mudar a situação anterior. A tendência é que os países organizem sua cadeia de produção de semicondutores para não serem tão dependentes de elementos externos ou, se for imprescindível, para dependerem de países cujas relações políticas e históricas sejam mais duradouras”.

Carlotti também falou sobre como é possível encontrar soluções para problemas que envolvam semicondutores no Brasil: colocando Universidade, Estado e indústria para exercerem seus papéis de, respectivamente, formar recursos humanos, organizar legislativamente e produzir. “Isso demonstra uma vontade da USP de atender demandas do Estado e de participar da solução de um problema da sociedade”, concluiu.

O sócio e vice-presidente de Negócios e Estratégia do Grupo H e integrante do grupo de transição do governo paulista, Jorge Lima, falou sobre a situação da indústria de semicondutores no Brasil nos últimos anos e sobre a influência do Estado e suas políticas nesse mercado. Ele também defendeu a participação ativa do setor produtivo em governos quando se trata de industrialização.

Arm Academic Access

No final do seminário, foi anunciada a adesão da USP ao programa global Arm Academic Access (AAA), da empresa britânica de semicondutores Arm — uma das mais relevantes do ramo mundialmente.

Segundo o diretor do InovaUSP, Marcelo Knörich Zuffo, agora a USP faz parte do número seleto de universidades que, por meio desse programa, possui acesso irrestrito a toda propriedade intelectual dos microprocessadores Arm, para projetos de microprocessadores avançados.

Com isso, a Universidade pesquisará e desenvolverá microprocessadores avançados de IoT (internet of things, ou internet das coisas), 5G e IA (inteligência artificial) de baixo consumo de energia.

“A USP é a primeira universidade sul-americana a aderir a esse programa e terá como objetivo fornecer soluções inovadoras para uma ampla variedade de domínios de aplicação e sistemas embarcados, incluindo cidades digitais, indústria 4.0 e meio ambiente — não só na América Latina, mas nos ecossistemas globais de semicondutores”, explicou Zuffo.


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