O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior participou, no dia 22 de fevereiro, do debate sobre a renovação das cotas para negros, indígenas e estudantes de escola pública nas universidades públicas federais, promovido pela Universidade Zumbi dos Palmares.
Na abertura do evento, o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, falou um pouco sobre a campanha “Cotas Sim!”, para a manutenção da Lei de Cotas por mais 50 anos, e apresentou um relatório elaborado por especialistas para dar suporte ao Projeto de Lei 3.422, que prevê a revisão da Lei 12.711.
Em seu pronunciamento, Carlotti lembrou que “a USP iniciou o processo de inclusão em 2010, com um modelo de bônus, e implantou o modelo de cotas em 2017. Neste ano, estaremos formando as primeiras turmas com alunos cotistas. A USP está comprometida a auxiliar, com seus pesquisadores, o esforço para a manutenção das cotas no País”.
O evento também contou com a participação do reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, e a vice-reitora da Unesp, Maysa Furlan.
“Independentemente da decisão do Congresso, a USP manterá seu processo de inclusão. Entre as universidades estaduais paulistas, não há risco de retrocesso. Estamos agora analisando formas para aperfeiçoar o sistema de identificação e ampliar as políticas de permanência estudantil”, explicou Carlotti.
José Vicente agradeceu a presença dos reitores e afirmou que “nós nos sentimos mais fortalecidos, mais acolhidos sabendo que nossas universidades paulistas estão juntas com o negro paulista, com o negro brasileiro. Essa é uma luta de todos nós”.
Projeto de Lei 3.422
Proposto pelos deputados Carlos Zarattini (PT-SP), Benedita da Silva (PT-RJ) e Valmir Assunção (PT-BA), o Projeto de Lei 3.422/2021 faz uma revisão dos dez anos da Lei de Cotas (Lei 12.711/2012) e propõe, entre outras medidas, a prorrogação de sua vigência até 2062 e a criação de uma Bolsa-Permanência, para garantir assistência estudantil aos cotistas.
O PL 3.422/2021 está tramitando no Congresso em regime de urgência e deve ser votado em 90 dias.
Também participaram do debate os deputados Carlos Zarattini e Bira do Pindaré; os ex-ministros da Igualdade Racial, Edson Santos e Eloi Ferreira de Araujo; a presidente do Instituto Humanitas 360, Patricia Vilela; o ouvidor das Polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes; o presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas, Alex Minduim; o presidente da UGT, Ricardo Patah; o fundador da ONG Educafro, Frei David Santos; o ex-secretário da Justiça e de Assuntos Penitenciários do Estado de São Paulo, Belisário dos Santos Jr.; o defensor público do Estado de São Paulo, Rafael Pitanga; o diretor executivo do Procon, Fernando Capez; e o presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo, Gil Marcos Clarindo dos Santos.