USP leva música a São Luiz do Paraitinga para celebrar reconstrução

 30/03/2010 - Publicado há 14 anos
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Símbolo da resistência à enchente que assolou o município de São Luiz do Paraitinga no início do ano, o coreto da praça da matriz será palco para os concertos que o CoralUSP e a Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP) realizam na cidade, no próximo dia 3, a partir das 16h.

Segundo Maria Arminda do Nascimento Arruda, pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo, a ideia do evento é marcar as ações de reconstrução e os acordos de cooperação estabelecidos com a USP. Além de retomar as atividades culturais e religiosas da cidade de forma festiva. Após o cancelamento da programação de Carnaval, em fevereiro, São Luiz do Paraitinga volta a receber visitantes para as tradicionais celebrações da Semana Santa.

O CoralUSP inicia a apresentação, às 16h, sob regência de André Juarez. Depois, às 17h, a OSUSP apresenta o concerto “Dominó Sinfônico”, regido pela maestrina Ligia Amadio. Às 19h será celebrada missa campal, como parte das festividades católicas do Sábado de Aleluia. “Estamos em negociação com o Iphan para que a celebração aconteça nas escadarias da igreja matriz”, afirma Benedito Netto, diretor de Cultura do município.

A igreja São Luiz de Tolosa foi totalmente destruída durante a enchente, restando apenas parte do acesso ao edifício. Às 22h, o bloco carnavalesco Pé na Cova guiará o cortejo para a tradicional malhação do Judas na praça da matriz. A programação seguirá com show do cantor Marcelo Téo às 23h, também no coreto.

Etapas da reconstrução

Ao redor do coreto, além das ruínas da igreja matriz, pode-se conferir o que restou da biblioteca pública e dos casarões em volta da praça. Quase três meses após a enchente que destruiu parte do patrimônio histórico e cultural do município, São Luiz do Paraitinga vai aos poucos superando os prejuízos. As doações de roupas e alimentos para as vítimas da enchente já foram suspensas, mas a campanha em prol da reconstrução da cidade continua recebendo contribuições

em dinheiro. Das famílias que ficaram desabrigadas, 150 ainda aguardam a construção de um conjunto habitacional. 

Desde janeiro, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico) e o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) atuam na cidade, orientando as ações da prefeitura e dos moradores para recuperação das casas e edifícios históricos danificados pela enchente. As construções que tiveram suas estruturas abaladas foram escoradas e aguardam reforma.

A USP vem contribuindo para a reconstrução da cidade por meio de comissão formada por professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e da Escola Politécnica. A partir de visitas frequentes à cidade e reuniões com a equipe da prefeitura, a comissão vem elaborando um relatório sobre a enchente, que baseará as ações a serem tomadas.

“O compromisso da Comissão da Reitoria é com as questões hidrológicas. Vamos estabelecer um plano para toda a bacia do rio Paraitinga e propor soluções localizadas para minimizar os danos provocados pela enchente ocorrida e proteger a cidade de eventuais futuros alagamentos”, explica Sylvio Sawaya, diretor da FAU e presidente da comissão. Sawaya também informa que já foi estabelecido um plano de cooperação entre a USP e a prefeitura de São Luiz do Paraitinga direcionado para aspectos culturais, de apoio técnico e desenvolvimento de pesquisas na cidade e em seus arredores. 

Entre as ações desse plano está contemplada a atuação, nos próximos meses, de uma equipe muiltidisciplinar de vinte estagiários da USP. Eles vão trabalhar no apoio ao planejamento de projetos na região. Por outro lado, estão sendo feitas também negociações com professores interessados em atividades de pesquisa e extensão na área. O plano prevê também o estabelecimento de um local permanente para sediar essas atividades no município.

Mais informações com Vitor Borysow, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, através do telefone 11 3091 3250.


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