A Superintendência de Segurança da USP promoveu, na tarde do dia 20 de outubro, o primeiro seminário aberto à comunidade, com o tema “Políticas de Segurança na USP e em universidades estrangeiras”. Alunos de graduação e pós-graduação, funcionários (incluindo os integrantes da Guarda Universitária), professores e dirigentes da USP lotaram a Sala do Conselho Universitário, onde o evento foi realizado.
O seminário foi dividido em duas partes. Na primeira parte falaram os pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, Ariadne Natal e Frederico Castelo Branco Teixeira, dois dos autores do artigo “Segurança no campus: um breve levantamento sobre as políticas de segurança na USP e em universidades estrangeiras”, publicado na Revista Brasileira de Segurança Pública (edição de fevereiro/março de 2013).
No texto, disponibilizado ao público na divulgação do seminário para servir de apoio àsdiscussões, são apresentadas experiências em relação à segurança aplicadas em quatro instituições estrangeiras de referência internacional – University of Toronto, University of Chicago, University of Warwick e Universidade Nacional de Colombia, respectivamente do Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Colômbia – comparando-as com a experiência da USP.
“Como implantar um modelo de segurança em um ambiente universitário, com todas as especificidades que têm o local?”, citou Ariadne durante sua apresentação, dizendo ser essa a questão que motivou a produção do artigo, após eventos que colocaram em questão a gestão da segurança na Cidade Universitária “Armando de Salles Oliveira”. Ela ressaltou que são vários atores envolvidos dentro dos espaços da USP e que estratégias para prevenção e redução dos crimes devem ser discutidas de forma proativa e, a partir de um diagnóstico se elaborar um plano de segurança.
Já Teixeira explicou a metodologia usada, que foi baseada em levantamentos nos websites oficiais de quatro universidades nos quais foram buscadas informações sobre como estas instituições lidam com o tema da segurança. Resumidamente, ele citou os motivos das instituições serem selecionadas: a universidade do Canadá, por estar inserida em uma sociedade com tradição em policiamento comunitário; a dos Estados Unidos, por ter um campus aberto, sem muros, localizada em região de comunidade de maioria afrodescendente; a inglesa, por apresentar campus fisicamente semelhante ao da Cidade Universitária; e a da Colômbia, para representar um país sul-americano e sobre a qual se conseguiu obter mais informações pela internet sobre o assunto entre as latino-americanas.
Exposição de ideias
A segunda metade do seminário foi aberta para os presentes terem a oportunidade de expor suas ideias, na qual participaram alunos, integrantes da Guarda Universitária e dirigentes. Os participantes foram unânimes em destacar que o seminário é uma “importante iniciativa de debater a questão da segurança na universidade”.
Um dos pontos levantados dizia respeito a questões referentes aos diferentes tipos de violência sofridas na sociedade em geral. A presença ou não da Polícia Militar no campus foi outro tema que teve destaque nas discussões, bem como o uso de tecnologias para coibir as ocorrências e a importância do estabelecimento de um modelo de segurança na Universidade
“É importante falar dos problemas, mas também é importante pensar nas soluções”, lembrou a superintendente de Prevenção e Proteção Universitária, Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer, ao comentar as opiniões das pessoas que participaram publicamente da discussão. A superintendente disse que a proposta é realizar um seminário por mês com a participação da comunidade – neste ano será organizado mais um seminário, provavelmente no começo de dezembro. Entre as iniciativas para aumentar a comunicação com a comunidade, Ana adiantou que os próximos passos são a criação de um site – que deve entrar no ar até o final do ano – para ser um canal entre o Órgão e a comunidade, tornando público também os relatórios feitos, e a organização de uma ouvidoria própria.