A estimativa é que, após o término do projeto, o público visitante triplique e passe para 30 mil por ano, com a ampliação do uso e do horário de visitação, incorporando-o ao circuito turístico da cidade de Santos
No dia 7 de abril, foi lançado oficialmente o projeto de revitalização das Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos, em Santos, órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), para o qual o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá destinar R$ 3,5 milhões. O evento contou com a presença de autoridades das cinco cidades da Baixada Santista em que serão realizados os mapeamentos dos sítios históricos e arqueológicos (Santos, Bertioga, Guarujá, Praia Grande e São Vicente), ação que também faz parte do projeto.
Após a apresentação musical da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), foi exibido um vídeo institucional sobre a história e importância do Engenho e sobre o projeto de restauração, que compreende a construção de plataformas, passarelas e torre de observação e instalação do sistema de projeção audiovisual (videomapping). Com as passarelas, o objetivo é ampliar o acesso ao espaço sem danificá-lo, uma vez que permitirá a circulação de visitantes e pesquisadores sem qualquer dano ao sítio arqueológico. Além disso, a equipe das Ruínas do Engenho desenvolverá pesquisa de mapeamento de elementos, no litoral paulista, que indique, possibilidades de atividades culturais e educativas, com enfoque arqueológico, arquitetônico e histórico.
Segundo a idealizadora do projeto e diretora das Ruínas, Vera Lucia Amaral Ferlini, a revitalização terá início no final do mês de abril, com previsão de ter a primeira parte – que compreende a instalação do videomapping – concluída em abril de 2015.
“É um projeto altamente inovador, que permitirá mapear outros sítios arqueológicos da Baixada Santista, proporcionará outras iniciativas educativas e revitalizará não só as Ruínas do Engenho, mas o bairro e a região também”, destacou a pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Maria Arminda do Nascimento Arruda, na cerimônia.
Democratização do acesso
O mesmo pensamento foi exposto pelo presidente do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), Bechara Abdalla Pestana Neves, o qual acredita que o projeto vai melhorar o acesso público às Ruínas do Engenho, trazendo à população mais conhecimento sobre a história. “Democratização do acesso a este bem nacional que são as Ruínas do Engenho”, também foi o ponto lembrado pelo secretário Municipal de Cultura de Santos, Raul Cristiano Sanches, que ressaltou ser “um privilégio ter a USP na cidade de Santos”.
A gerente do BNDES – regional sul, Ana Paula Bernardino, explicou que o projeto de revitalização das Ruínas atende aos principais critérios exigidos pelo Banco para financiamento, como, por exemplo, quantos empregos diretos e indiretos serão gerados durante a execução e após o término do projeto.
“Cada dia que resgatamos uma peça de nossa história, é um dia para se comemorar”, afirmou o reitor Marco Antonio Zago, lembrando que o projeto não é apenas de recuperação, porque a ele está vinculado projetos de educação e pesquisa. “Estamos comemorando esta participação renovada da Universidade na Baixada Santista através do Engenho e que também pode ser vista no campus da USP em Santos [com a transferência do curso de graduação em Engenharia de Petróleo da Escola Politécnica de São Paulo para Santos em 2012], que trará mais desenvolvimento para a região, assim como os campi da USP em Ribeirão Preto, São Carlos e Pirassununga ajudaram as cidades a se desenvolverem”, finalizou.
Confira também a matéria que TV Tribuna veiculou sobre o projeto de revitalização, em 08/04/2014: Engenho dos Erasmos será revitalizado em Santos, SP.
(Fotos: Ernani Coimbra)