Paulo Sergio Pinheiro é agraciado com o Prêmio USP de Direitos Humanos

Na cerimônia de concessão do prêmio, o reitor Marco Antonio Zago falou sobre a ampliação do espectro de ações da Comissão de Direitos Humanos no âmbito da Universidade.

 04/12/2014 - Publicado há 9 anos     Atualizado: 25/04/2018 as 10:45
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(Da esq.p/dir.) O presidente da Comissão de Direitos Humanos, José Gregori; o professor Paulo Sergio Pinheiro e o reitor Marco Antonio Zago

O professor titular aposentado de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Paulo Sergio Pinheiro, foi agraciado com o Prêmio USP de Direitos Humanos 2013, concedido pela Comissão de Direitos Humanos da Universidade, em cerimônia que foi realizada no último dia 2 de dezembro, no prédio da Reitoria.

O Prêmio USP de Direitos Humanos foi criado em 2000, com o objetivo de identificar e homenagear pessoas e instituições que, por suas atividades exemplares, tenham contribuído significativamente para a difusão, disseminação e divulgação dos Direitos Humanos no Brasil.

A abertura da cerimônia foi feita pelo presidente da Comissão, José Gregori, que falou sobre a escolha de Pinheiro como vencedor do prêmio. “Identifico essa escolha com tudo o que se pensou no Brasil a respeito dos direitos humanos, com tudo que se fez, com tudo o que se conseguiu. Não vejo que nenhum desses instantes seja alheio à participação direta ou indireta de Paulo Sergio Pinheiro. Bastaria dizer que foi o criador e inspirador da Comissão Teotônio Vilela, que prestou grandes serviços às causas dos direitos humanos no Brasil”, ressaltou.

Em seguida, a professora titular aposentada da FFLCH e do Instituto de Relações Internacionais (IRI), ouvidora geral da Universidade e membro da Comissão, Maria Hermínia Brandão Tavares de Almeida, fez uma saudação ao premiado, com um breve relato de biografia.

Paulo Sérgio Pinheiro é presidente da comissão independente internacional da ONU de investigação sobre a República Árabe da Síria, em Genebra. No período de 2003 a 2008, foi expert independente do secretário-geral da ONU para o Relatório Mundial sobre Violência contra a Criança. Também foi relator especial da ONU para o Burundi e para o Mianmar. É membro da Comissão Nacional da Verdade, nomeado pela presidente Dilma Rousseff, em maio de 2012.

Na USP, é pesquisador associado do Núcleo de Estudos da Violência (NEV), que fundou juntamente com o diretor da FFLCH, Sérgio França de Adorno Abreu, em 1987.

“Quero dizer que tudo que tudo que fiz com a minha vida nesses últimos trinta anos,  no Brasil e fora daqui, somente foi possível graças a estar na Universidade de São Paulo e, especialmente, graças ao apoio da Reitoria e seus dirigentes maiores. Efetivamente tudo que fiz, e não vou falar de mim  mesmo, teve como centro o Núcleo de Estudos da Violência, com seus fundadores  Nancy Cardia e Sérgio Adorno, com quem eu quero dividir esse prêmio, ao qual se somam todos os pesquisadores com quem trabalhei”, afirmou Pinheiro, durante seu pronunciamento. 

O reitor Marco Antonio Zago falou sobre a ampliação do espectro de ações da Comissão de Direitos Humanos no âmbito da Universidade, neste momento “que é marcado por repetidas manifestações, com fundamentações variadas, referindo-se a desrespeito aos direitos humanos dentro da USP”.

Para o reitor, a Instituição tem uma respeitável história de defesa dos direitos individuais e sociais. “Devemos fazer de nossas ações um exemplo de respeito aos direitos humanos, respeitando os cânones da democracia, que, em nenhum momento, se confundem com demagogia. Isso exige experiência, equilíbrio e credibilidade total. É, por isso, que eu convido a Comissão a assumir a liderança das iniciativas par reformular toda a nossa política nessa área, assistida, naquilo que lhe convier, pela Comissão de Ética, pela Ouvidoria da USP e pelo Núcleo de Estudos da Violência”, destacou o dirigente.

A Comissão

A Comissão de Direitos Humanos é presidida pelo ex-ministro de Justiça, José Gregori, e formada pelos docentes Celso Lafer (Faculdade de Direito), Dario Birolini (Faculdade de Medicina), Luiz Augusto Milanesi (Escola de Comunicações e Artes), Maria Hermínia Brandão Tavares de Almeida (FFLCH/IRI) e Nancy das Graças Cardia (NEV);  pelo cientista político Luiz Felipe D’Avila e pelo presidente do Centro de Integração Empresa-Escola, Ruy Martins Altenfelder Silva.

Em 2012, o Prêmio USP de Direitos Humanos foi concedido a duas mulheres, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa e Sabine Lovatelli, na categoria individual; e ao Mozarteum Brasileiro, na categoria institucional.

(Foto: Ernani Coimbra)


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