Nova diretoria do IEA apresenta metas de trabalho de sua gestão

Promoção de seminários de formação de lideranças políticas, criação de um observatório de inovação, de um espaço de estudo sobre urbanidade e qualidade de vida e de um núcleo de estudo sobre metodologias do aprendizado são os projetos da nova gestão.

 30/06/2016 - Publicado há 8 anos
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A cerimônia de posse foi realizada no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e reuniu dirigentes da Universidade, além de autoridades científicas, artísticas e políticas

No dia 29 de junho, tomaram posse o novo diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA), Paulo Saldiva, e seu vice-diretor, Guilherme Ary Plonski. A cerimônia foi realizada no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e reuniu dirigentes da Universidade, além de autoridades científicas, artísticas e políticas.

No início da cerimônia, o novo vice-diretor, Guilherme Ary Plonski, falou sobre a criação do primeiro Instituto de Estudos Avançados do mundo, na Universidade de Princeton, em 1930, e fez um paralelo em relação à fundação do IEA da USP, em 1986, durante a gestão do reitor José Goldemberg.

O ex-diretor Martin Grossmann não pôde comparecer ao evento, mas enviou uma mensagem de saudação aos novos diretores. “O IEA, desde sua criação, é movido pela inquietação, pelo estranhamento, pelo novo. Por meio das artes, do conhecimento, da Ciência, do entendimento interdisciplinar e multicultural o IEA permite o exercício da transcendência, abrindo assim e constantemente novas frentes de estudo, reflexão e interação. Saldiva e Plonsky, em seu projeto de gestão, manifestam e atualizam esse espírito, apresentando claramente um plano de ação que não se conforma a esse estado das coisas”, afirmou Grossmann em sua comunicação.

Em seguida, o novo diretor, Paulo Saldiva, destacou que “o IEA talvez represente a maior essência dos princípios que originaram a Universidade, que são: produzir os melhores recursos humanos, produzir a melhor ciência e, por meio desses dois elementos, promover o desenvolvimento do Estado de São Paulo e do Brasil”.

O novo diretor apresentou as quatro principais metas de trabalho de sua gestão. A primeira é a realização de seminários avançados de formação de lideranças políticas, coordenados pelo professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), José Álvaro Moisés.

Outro tópico é a criação de um espaço de diálogo e convergência de grupos interessados na proposição de estudos sobre urbanidade e qualidade de vida, que deverá ser conduzido pelo professor do Instituto de Biociências (IB), Marcos Buckeridge.

Saldiva
O novo diretor, Paulo Saldiva, apresentou os principais projetos que pretende desenvolver à frente do Instituto

O Instituto deverá criar, ainda, um observatório para consolidar iniciativas voltadas ao entendimento profundo dos processos e perspectivas de transformação, além de incubar iniciativas inovadoras de atuação da USP como universidade transformadora da sociedade.

Também está prevista a criação de um núcleo de estudo sobre novas metodologias de aprendizado voltadas ao ensino fundamental e médio, coordenado pelo professor do Instituto de Química, Hamilton Varela.

“O IEA é, ao mesmo tempo, um ponto de partida e de chegada, onde desembarcam sonhos, onde as utopias são transformadas em peças de conhecimento que possuem a capacidade de materializar sonhos em ações concretas”, considerou Saldiva. Ele defendeu que o Instituto é de toda a USP, que enfrenta, assim como todas as universidades do mundo, grandes desafios para encontrar maneiras de assegurar o diálogo e a liberdade de expressão diante da ameaça do fundamentalismo; aumentar o diálogo com a sociedade; abordar temas complexos, promovendo a convergência de diferentes saberes; e a necessidade de construir uma narrativa que explique de maneira clara para a sociedade qual a importância e a finalidade da Universidade e da pesquisa.

O reitor Marco Antonio Zago também reforçou que é preciso lembrar o que está no decreto de fundação da USP. “O IEA não trata de nenhuma parcela do conhecimento: ele trata do conhecimento de maneira não fragmentada, como elemento central para o progresso da sociedade e aprimoramento da qualidade de vida. Para cumprir essa missão, o IEA precisa ser audacioso. Saldiva e Plonski são pessoas capazes de transgredir contradições, de montar um programa que seja audacioso e razoavelmente caótico, próprio para mundo atual, em que as coisas mudam rapidamente e não seguem padrões estabelecidos”, afirmou o reitor.

(Fotos: Ernani Coimbra)


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