Escritório estuda criar indicadores do impacto social das universidades

A construção de indicadores de desempenho para as universidades foi tema de workshop da Fapesp

 19/03/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 10/12/2019 as 15:25
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O III Workshop Indicadores de Desempenho nas Universidades Estaduais Paulistas foi realizado no dia 14 de março, na Unicamp – Foto: Antoninho Marmo Perri/Assessoria de Imprensa da Unicamp

O Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida) estuda criar indicadores que avaliem o impacto das universidades na sociedade. Esse tema fez parte das discussões da terceira edição do Workshop Indicadores de Desempenho, realizada no dia 14 de março.

“É cada vez mais necessário explicar para a sociedade a importância das universidades públicas de pesquisa, que, mais do que formar bons profissionais, contribuem com pesquisas, atividades de cultura e extensão e desenvolvimento de políticas públicas”, explicou o coordenador do Egida, Aluisio Augusto Cotrim Segurado, durante o evento.

Criado em junho do ano passado, o Egida tem a missão de desenvolver pesquisas institucionais, coletando dados e analisando informações que possam subsidiar o planejamento estratégico e a tomada de decisão pelos gestores da USP.

“Muitas universidades do exterior, especialmente as anglo-saxãs, já têm consolidada a cultura da pesquisa institucional, mas essa é uma prática relativamente inédita no Brasil, e as universidades paulistas estão assumindo um papel pioneiro”, afirma Segurado.

De acordo com ele, a primeira etapa da pesquisa institucional é o aprimoramento de ferramentas que auxiliem na coleta de dados. “Nesse aspecto, a USP tem a vantagem de já dispor de sistemas informacionais corporativos que auxiliam as atividades da Universidade. Nos últimos anos, a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) também vem desenvolvendo e aprimorando um ambiente de integração desses sistemas, inclusive com sistemas de outras instituições, como Fapesp e Capes”, explica.

Além dos dados que podem ser obtidos diretamente por meio dos sistemas, o Egida está trabalhando com os gestores de diversos órgãos da Universidade para a construção de novos indicadores de desempenho que sejam significativos para cada área.

“A ideia é transcender os dados quantitativos e fazer uma análise mais qualitativa das informações. Futuramente poderemos ser capazes de monitorar o desempenho da Universidade em diversas áreas e elaborar relatórios de feedback para as pró-reitorias e superintendências”, avalia o coordenador.

Outra importante tarefa assumida pelo Egida é a interlocução com as agências responsáveis pela elaboração dos rankings acadêmicos nacionais e internacionais, centralizando e fornecendo os dados da instituição.

Projeto Indicadores de desempenho

Promovido pelo projeto de pesquisa Indicadores de desempenho nas universidades estaduais paulistas, financiado pela Fapesp e vinculado ao Programa de Pesquisa em Políticas Públicas, o workshop reuniu dirigentes e pesquisadores para discutirem os fatores que influenciam o desempenho científico das universidades, as metas almejadas para 2022 e comparações com instituições internacionais.

O projeto é liderado pelo ex-reitor da USP, Jacques Marcovitch, e pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), e tem o objetivo de aprimorar métricas, comparar desempenhos entre universidades com perfis similares, definir metas, criar indicadores de desempenho e melhorar a inserção internacional das universidades, tendo como referência os critérios de mensuração utilizados em rankings internacionais.

Além de pesquisadores e dirigentes das três universidades paulistas, o evento contou com a participação de reitores de várias universidades federais e confessionais, em um esforço conjunto para a definição de novas métricas de indicadores de desempenho.

“Estamos adensando o movimento graças à adesão de novos atores. Isso é muito positivo, pois nenhuma universidade vai progredir sozinha se as demais também não forem melhoradas. Para que o avanço seja real e sustentável, é preciso promover um movimento coletivo em favor da qualidade das instituições de ensino superior no Brasil, o desenvolvimento tem que ser coletivo. Todo o sistema precisa progredir”, explicou Marcovitch.

Horizonte 2022

No primeiro painel do evento, intitulado USP, Unicamp e Unesp: Horizonte 2022, representantes das três universidades falaram sobre as iniciativas desenvolvidas para estabelecer seus próprios indicadores de desempenho, os desafios para a implantação de um sistema de avaliação institucional, as ferramentas analíticas e as metas para o futuro das instituições.

O coordenador do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida), Aluisio Augusto Cotrim Segurado, e o superintendente de Tecnologia da Informação (STI), João Eduardo Ferreira, falaram sobre as atribuições do novo Escritório, a evolução dos sistemas corporativos da USP e o que está sendo planejado para o futuro.

Entre outros representantes da USP, participaram do evento o pró-reitor de Pós-Graduação, Carlos Gilberto Carlotti Jr.; o coordenador da Agência USP de Inovação (Auspin), Antonio Carlos Marques; e as professoras Nina Ranieri e Elizabeth Balbachevsky.


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