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“Em 2021, devemos incentivar os programas a promoverem mudanças nas disciplinas”

Em mais uma matéria da série Desafios 2021, o pró-reitor de Pós-Graduação, Carlos Gilberto Carlotti Junior, destaca que um dos desafios da área será aliar as atividades presenciais com o ensino remoto

12/11/2020

Adriana Cruz

A suspensão das atividades presenciais na Universidade em função da quarentena imposta pela covid-19 acentuou necessidades que já estavam no radar da Pró-Reitoria de Pós-Graduação. “A pandemia nos mostrou que é preciso que o aluno tenha participação ativa na escolha do que quer aprender e seja mais independente na busca desse conhecimento, pois suas atividades futuras poderão ser diferentes das que conhecemos atualmente. Com isso, em 2021, devemos incentivar os programas a promoverem mudanças nas disciplinas”, avalia o pró-reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior. 

Neste segundo semestre, as aulas continuam sendo ministradas de forma remota. De fevereiro a junho, nos cerca de 260 programas de pós-graduação da USP, quase 1.700 disciplinas foram oferecidas e tiveram 17,5 mil alunos regulares matriculados, dos quais  4.720 foram ingressantes. Além disso, 2.500 dissertações e teses foram defendidas nesse período e foram realizados 2.198 exames de qualificação.

“A pós-graduação se baseia em três pilares: as atividades que o estudante desenvolve no laboratório, na biblioteca ou em trabalho de campo, seu contato com o orientador e as disciplinas propriamente ditas. Os dois primeiros devem ser realizados presencialmente, é o que caracteriza uma universidade de pesquisa, mas as disciplinas precisam ser atualizadas com metodologias ativas, permitindo o contato constante com o ministrante e os outros participantes, e as tecnologias não presenciais podem ser importantes nesse processo de aperfeiçoamento. Este é um dos nossos desafios para 2021”, afirma Carlotti.

“As disciplinas deverão sofrer modificações com a introdução das ferramentas de ensino on-line, que ajudaram em 2020 a criar um novo modo de o aluno se comunicar e interagir com seu orientador, por exemplo. Isso não quer dizer que iremos substituir um modelo antigo por um novo, mas sim incorporar esses novos instrumentos, que serão vantajosos para todos”, explica.

Outro benefício da adoção das novas tecnologias apontado por Carlotti é a possibilidade da ampliação do acesso às disciplinas. “Hoje uma disciplina sobre a covid-19 tem mais de 450 alunos matriculados de todos os campi da USP, contando ainda com especialistas de universidades internacionais, o que seria impossível em um modelo somente presencial”, diz.

Carlos Gilberto Carlotti Junior – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Reorganização dos programas

A necessidade de as Unidades de Ensino e Pesquisa reorganizarem seus programas deverá ser premente no próximo ano, considera o pró-reitor. Segundo ele, os programas devem avaliar, entre outros pontos, sua sustentabilidade futura em relação às linhas de pesquisa e ao quadro docente.

“Em 2021, a Capes terá várias e importantes tarefas, deverá finalizar a avaliação do quadriênio 2017-2020, discutir um novo modelo de avaliação, com uma abordagem multidimensional, além de definir o novo Plano Nacional de Pós-Graduação, o PNPG. Por todas estas razões, além da covid-19, possivelmente 2021 será atípico e será considerado de forma diferencial no próximo ciclo de avaliação da Capes, que se especula poderá ser quinquenal. Dessa forma, avalio ser o ano de 2021 o momento ideal para os programas de Pós-Graduação e as Unidades de Ensino e Pesquisa da USP revisitarem sua organização atual, realizando reformulações que sejam compatíveis com a melhor formação de nossos alunos e alunas e com as mudanças previstas no novo PNPG e no modelo de avaliação a ser implementado”, considera.

Feira

Uma das novidades da área para o próximo ano será a promoção de uma feira virtual, a Expo Pós-Graduação na USP, para que os interessados tenham a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os programas oferecidos pela Universidade. A previsão é que a feira seja realizada em fevereiro.

“Tivemos uma surpresa positiva nesse período da covid-19, relacionada ao aumento no número de candidatos inscritos nos programas. Isso se deveu, provavelmente, à melhoria na divulgação e no acesso às disciplinas não presenciais e à possibilidade da realização do processo seletivo de forma remota, o que deve ser mantido em 2021 e, talvez, incorporado como definitivo”, destaca Carlotti.

Em relação à internacionalização, com a diminuição da mobilidade internacional, a Pró-Reitoria concederá suporte profissional para vinte pacotes para realização de workshops internacionais on-line, incluindo páginas na web, salas simultâneas, inscrição, certificados e e-pôsteres.


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