
“Nosso compromisso com a tolerância, o respeito à diversidade, ao pluralismo, à circulação livre das ideias estará assegurado dentro desta Casa, buscando-se sempre o diálogo e mantendo-se o respeito ao próximo. Especialmente em um momento tão polarizado como o atual, a filosofia principal a ser adotada em nosso mandato será o da gestão compartilhada.”
Assim o novo diretor da Faculdade de Medicina (FM), Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho, deu início a seu discurso de posse, em cerimônia realizada no dia 12 de novembro, no Teatro da Faculdade, em São Paulo.
O evento, que reuniu dirigentes da Universidade, ex-diretores da FM, profissionais do Hospital das Clínicas, autoridades, professores, alunos e servidores, também marcou o empossamento do novo vice-diretor da unidade, Roger Chammas.
O novo diretor lembrou que as prioridades da gestão estão relacionadas aos princípios estabelecidos no projeto Medicina USP 2020: humanização, internacionalização, integração, excelência no ensino, incorporação de novas tecnologias e sustentabilidade.
“No entanto, não podemos descuidar do trabalho rotineiro, voltado para nossos maiores compromissos. Um com nossos alunos, visando à formação integral da pessoa, a formação de profissionais cidadãos. O outro com a população por nós atendida, que deve receber todos os nossos esforços, com atendimento digno e de qualidade”, afirmou Barros.
“A educação dos alunos deve visar à busca do conhecimento e ao exercício da crítica. O ensino não deve estar limitado à sala de aula, mas deve se estender à convivência acadêmica, à maior interação entre os grupos de pesquisa”, completou.
Projeto de Estado
O secretário estadual de Saúde e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago, também destacou a responsabilidade dos cursos de Medicina da USP, em São Paulo, Ribeirão Preto e Bauru, na educação médica, que “vai muito além de ensinar as técnicas básicas, os protocolos. Estamos de fato falando em formar cidadãos, que vão ocupar posições relevantes, de liderança na sociedade”.

“Se, na Revolução Constitucionalista, em 1932, perdemos pelas armas, isso fez com que os líderes da época acelerassem a criação da USP, que já nasceu com a missão de ser uma universidade de pesquisa”, avaliou.
O reitor também falou sobre a autonomia conquistada pelas três universidades públicas paulistas – USP, Unesp e Unicamp – em 1989. ”Graças a essa autonomia, em trinta anos tivemos um desenvolvimento ímpar e nossa Faculdade de Medicina despontou como uma grande potência na produção de conhecimento e de pesquisa”, comemorou.
Quem são
Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho foi vice-diretor da FM de 2014 a 2018, é professor titular do Departamento de Ortopedia e Traumatologia desde 2003 e chefe do Serviço de Coluna Vertebral do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas (HCFMUSP).
Chefe da Disciplina de Afecções da Coluna Vertebral, atua principalmente com trauma raquimedular e lesões degenerativas da coluna vertebral. Desenvolve vários projetos de pesquisa dentro de sua área de atuação, com enfoque nos protocolos de células-tronco para lesados medulares.
Roger Chammas é docente da faculdade desde 2000, professor titular de Oncologia desde 2009 e coordena o Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
Sua área de interesse é biologia do câncer (bioquímica e biologia celular do câncer), atuando na área de progressão tumoral, marcadores de progressão carboidrato-dependentes e caracterização de microambientes tumorais, como alvo para terapia combinada e diagnóstico molecular por imagem em cânceres.
