Programa Vem pra USP! premia estudantes do ensino médio da rede pública

Neste ano a Competição USP de Conhecimentos bateu recorde, com 7.182 premiados

 27/08/2019 - Publicado há 5 anos
Estudantes premiados na terceira edição da Competição USP de Conhecimentos

“É possível!” Esta foi, sem dúvida, a afirmação mais ouvida na premiação da terceira edição da Competição USP de Conhecimentos (CUCo), realizada no campus da USP em São Carlos, no último dia 26 de agosto.

Alunos das regiões de São Carlos e Araraquara receberam o certificado de premiação da competição, que bateu recordes. No total, neste ano, foram cerca de 140 mil inscritos, 7.182 premiados e mais de 3.700 escolas envolvidas.

Outro destaque é o total de recursos investidos. Estão sendo destinados R$ 529 mil em isenções da taxa do vestibular da Fuvest – para os alunos do terceiro ano mais bem classificados – e R$ 65 mil para as escolas e os grêmios com maior índice de participação.

A  CUCo integra o Programa Vem pra USP!, que tem como objetivo incentivar os estudantes do ensino médio público paulista a ingressarem nos cursos de graduação da USP e, ao mesmo tempo, estimulá-los a melhorar o desempenho escolar. O programa é desenvolvido por meio de uma parceria entre a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, a USP e a Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest). O programa também contou com a colaboração das Diretorias Regionais de Ensino, do Centro Paula Souza e das escolas vinculadas.

O vice-reitor da USP e coordenador geral do programa, Antonio Carlos Hernandes, relembrou as atividades que serviram de embrião para o Vem pra USP! e falou sobre a evolução da competição. “Tivemos crescimentos qualitativos e quantitativos expressivos, mas ainda precisamos avançar muito, se considerarmos o total de alunos do ensino médio do Estado”, afirmou.

Hernandes reverenciou, ainda, os professores e aconselhou os estudantes. “Existem caminhos mais fáceis, mas, para entrar numa instituição como a USP, tem que se dedicar e estudar. Aproveitar todas as oportunidades e ser persistente. Foi assim que fiz”, destacou.

Para a diretora executiva da Fuvest, Belmira Amélia de Barros Oliveira Bueno, o evento teve um significado especial. “Sempre houve uma dificuldade muito grande para a USP chegar às escolas públicas. E isso está sendo superado, não só no sentido da aproximação, mas também de preparação para que os alunos se sintam confiantes. A distância e a sensação de ‘eu não posso’ não podem mais existir”, considerou.

Uma das alunas premiadas, Maria Fernanda Dias dos Santos, também concorda. “A CUCo me fez pensar que não é impossível, que eu posso sim chegar lá. Foi mais um passo para eu entrar na USP  e fazer minha carreira na maior universidade do Brasil”, disse.

Em 2018, 352 participantes da competição foram aprovados para os cursos de graduação da USP.

O vice-reitor da USP, Antonio Carlos Hernandes, destacou a evolução do programa desde 2017

“Temos focado em dois momentos importantes durante as atividades. O primeiro é despertar o aluno, no sentido de que a Universidade passe a fazer parte dos seus interesses. Quando isso acontece, vem o próximo passo, que é fazer com que se dediquem aos estudos, e a USP tem oferecido formas de fomentar isso”, explicou o coordenador da CUCo, Herbert Alexandre João.

A cerimônia contou com a presença do diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC),  Vanderlei Salvador Bagnato, e do prefeito do campus, Sergio Paulo Campana Filho. Também estão previstos eventos de premiação nas cidades de São Paulo, Pirassununga, Ribeirão Preto e Bauru.

Premiação

Cursos e monitorias on-line, isenção da taxa do vestibular, visitas aos campi da USP, certificados e possibilidade de estágios e pré-iniciação científica fazem parte da premiação dos alunos mais bem classificados na CUCo.

Já as escolas e grêmios estudantis com maior índice de participação recebem prêmios em dinheiro, para serem aplicados em benefício da própria instituição. Pela segunda vez, a Escola Estadual Prof. Sebastião de Oliveira Rocha, de São Carlos, se destacou e foi premiada com R$ 20 mil.

Por ter alcançado o maior índice de participação, a Diretoria de Ensino – Região de São Carlos foi homenageada.  “Esse é um trabalho em continuidade que temos com a USP,  participando desde a primeira edição, com muito empenho. Hoje vemos que isso está se disseminando nas escolas, virando uma cultura, especialmente entre os alunos, que passam a ver a universidade como um lugar possível”, afirmou a dirigente de ensino Débora Gonzalez Costa Blanco.

Os professores incentivadores, indicados pelos alunos, receberam como prêmio a possibilidade de participar do Congresso de Graduação da USP, com diária paga.

Com o prêmio que recebeu da CUCo  no ano passado, a Escola Coronel Nhonhô Braga comprou equipamentos e materiais

Melhoria nas escolas

Escolas e grêmios estudantis premiados na edição 2018 – recursos totais de R$ 50 mil – utilizaram os recursos para criação de sala multimídia, aquisição de mobiliário escolar, materiais esportivos e de recreação, equipamentos de informática, kits para laboratório, realização de viagem didática e pequenas reformas prediais, incluindo salas de aula e de leitura.

Na Escola Coronel Nhonhô Braga, em Piraju, as aulas de Geografia ficaram mais interessantes para os alunos, que agora contam com um recurso diferente para compreender temas como relevo. Com o prêmio que recebeu da CUCo  no ano passado, a escola comprou os equipamentos e materiais necessários para montar uma caixa de areia de realidade aumentada, permitindo fazer simulações de topografia em 3D.

 “Esse recurso didático permite a interação dos alunos e a construção do conhecimento, reafirmando a parte teórica através de experiência prática”, afirma a vice-diretora, Monica Maria Gianetti Amamura Cordoba.

A utilização do prêmio de R$ 12,5 mil foi decidida conjuntamente entre o grêmio estudantil e os demais colegiados, com foco maior no material pedagógico. Além da caixa de areia, também foram comprados dois notebooks, câmeras e uma caixa de som, entre outros. “Recebemos a notícia com surpresa e imensa felicidade. Foi um trabalho em comunidade, com grande empenho de alunos e professores”, acrescenta.

A vice-diretora explica que, inicialmente, os professores fizeram um trabalho intenso de divulgação sobre a competição, sensibilizando a comunidade escolar para a importância da prova. Depois, houve acompanhamento dos alunos durante a fase de inscrição e o cuidado para garantir que as duas fases da CUCo transcorressem dentro do esperado, tanto em relação à presença dos participantes, quanto às condições e infraestrutura da escola.

(Texto: Edmilson Luchesi / Fotos: Edmilson Luchesi e Thiago Chagas)


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