A Escola USP de Gestão, que integra a Coordenadoria de Administração Geral (Codage) da USP, deu sequência aos encontros do Programa de Desenvolvimento para Liderança e Gestão Administrativa e reuniu, nos dias 6 e 7 de agosto, cerca de 200 docentes que ocupam cargos de chefia de departamento nas diversas unidades de ensino da Universidade.
Trata-se de mais uma etapa da série de seminários que teve início no dia 28 de abril, em uma reunião que foi voltada para os dirigentes. Desde então, houve outros eventos com diferentes focos para servidores que exercem chefias.
A coordenadora adjunta da Codage e responsável pela Escola USP de Gestão, Heliani Berlato, explica as características que nortearam o planejamento desta reunião: “A série de cursos que estamos promovendo tem o propósito de trabalhar as especificidades de cada grupo, e, neste caso, conseguimos cumprir bem este objetivo com os chefes de departamentos de ensino, com quem era necessário abordar a gestão tanto pelo ponto de vista acadêmico como também pelo administrativo. Nós percebemos, pela fala dos participantes, que eles têm um perfil mais acadêmico e desejam mais aprofundamento sobre o processo gerencial. A avaliação é que existe espaço para mais conteúdos focados em cada tema, e, por isso, pensamos agora em cursos mais específicos”.
Ela comenta que o encontro entre representantes de variadas origens traz vantagens para o compartilhamento do conhecimento: “É interessante ressaltar a importância de ações como essa para favorecer a troca de experiências, porque, embora sejam pessoas de áreas, formações e especialidades diferentes, muitas vezes os desafios a serem enfrentados são bastante similares, e neste evento nós conseguimos juntar todas as unidades da USP”, diz Heliani.
O evento foi aberto com uma conferência do reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, intitulada O momento atual da Universidade. Em sua fala, o dirigente avaliou que a atual administração vive um bom momento, após uma fase de crise financeira seguida pela pandemia de covid-19, mas que nem por isso está isenta de grandes desafios. Entre eles, a recomposição dos quadros de docentes e servidores técnico-administrativos, já em curso, a recuperação salarial e a retomada do plano de carreiras.
Carlotti abordou, também, o tema do financiamento das universidades públicas: “O que garante o financiamento da USP é a percepção da sociedade a respeito da relevância do nosso trabalho para o desenvolvimento do Brasil e a nossa atuação com liderança e protagonismo na solução de problemas”, disse, ressaltando aos chefes de departamento presentes que é necessário transpor os desafios do dia a dia para que se possa trabalhar com metas mais amplas: “Para que a USP possa continuar melhorando cada vez mais, precisamos conseguir um equilíbrio que nos permita trabalhar em planejamentos maiores ao mesmo tempo em que atendemos às rotinas e demandas diárias que invadem a gestão”.
Em relação aos rumos que a USP tem seguido, Carlotti destacou que a reitoria está implementando, em conjunto com a comunidade acadêmica, a missão, visão e valores da Universidade, além de um conjunto de dez objetivos para as pró-reitorias, apontando caminhos concretos e transparentes para que todos sigam na mesma direção.
Na área do ensino, além do foco na atualização e modernização dos currículos da graduação, o reitor enfatizou a busca pela redução do tempo de formação na pós-graduação: “Há um declínio geral, mundial, na produção científica, o que também é resquício da pandemia. Ao mesmo tempo, vemos uma queda no número de alunos na pós, pois há um desestímulo pelo tempo médio de nove anos para a titulação. A meta é trabalhar com uma redução deste tempo e buscar maior atratividade, nos aproximando de um perfil de pós-graduação já adotado na Europa, América do Norte e Ásia”.
Na pesquisa, o destaque foi a criação de oito centros interdisciplinares de pesquisa e mais 11 Centros de Pesquisa e Inovação Especiais (Cepix), além da parceria com laboratórios internacionais, entre eles, o Institut Pasteur de São Paulo e o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), e dos investimentos em grandes infraestruturas e laboratórios de apoio interdisciplinares: “Estamos proporcionando um novo patamar de condições para que grandes projetos de desenvolvam aqui e mudem a pesquisa da Universidade”.
Por fim, o reitor destacou a atuação da USP na área de inclusão e pertencimento, com a reorganização das bolsas de permanência, melhorias nas moradias estudantis e aprimoramento dos processos de seleção e, na área da extensão universitária, a implementação da curricularização da extensão: “Trata-se do atendimento a uma nova legislação, mas que coincide com um interesse acadêmico. Os alunos precisam ter mais contato com a realidade do mundo externo, com as políticas públicas e com as empresas para que possam contribuir mais efetivamente com a sociedade”, afirmou.
Além desta palestra, a programação incluiu atividades de integração, conteúdos sobre liderança e apresentações a respeito do funcionamento de instâncias administrativas da gestão universitária, como a Câmara de Avaliação Institucional (CAI), a Câmara de Atividades Docentes (CAD), a Comissão Especial de Regimes de Trabalho (Cert), a Comissão de Atividades Acadêmicas (CAA), o Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida) e a Procuradoria Geral (PG), entre outras, permitindo o esclarecimento de diversas dúvidas.
A proposta da Escola USP é ainda realizar outros encontros até o fim do ano, para que todos os servidores possam participar, sempre em programações específicas voltadas aos cargos que ocupam.