O Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades (PPGHDL), da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, promove nesta semana o I Seminário sobre Políticas de Ações Afirmativas: perspectivas, desafios e potencialidades. O evento será on-line, de 7 a 9 de dezembro, e contará com dez mesas de discussão com diferentes convidados.
“Este seminário sobre Políticas de Ações Afirmativas se propõe a debater um tema urgente: a necessidade de consolidar e ampliar as ações afirmativas, incluindo diversas estratégias, entre as quais as cotas para pessoas negras, indígenas, trans, pessoas com deficiência e pessoas em situação de refúgio, apátridas e portadoras de visto humanitário”, descreve o professor Paulo Daniel Farah, responsável pelo evento. Ele considera que é necessário transformar o corpo discente, o corpo docente e os quadros de gestão das universidades brasileiras. “A intenção é debater e elaborar estratégias para impulsionar essas e outras mudanças, incluindo o reconhecimento e a incorporação de saberes de grupos historicamente subalternizados”, justifica.
Farah é professor na FFLCH, coordenador do PPGHDL, do Grupo de Diálogos Interculturais do Instituto de Estudos Avançados (IEA) e dos projetos Produção, difusão e repercussão do conhecimento científico: universidade, sociedade e grupos vulneráveis, fruto de uma parceria entre a USP e a ONU, e Universidade em transformação.
A respeito da importância das ações afirmativas, o professor destaca o papel de combate a preconceitos e violências que as políticas podem cumprir. “As ações afirmativas são necessárias em um país marcado por racismo estrutural e estruturante, xenofobia contra pessoas do Sul global e transfobia, entre outras formas de opressão que geram exclusão e violências múltiplas: física, psicológica e também epistêmica”, afirma.
O PPGHDL adota políticas de ações afirmativas dirigidas a candidatos autodeclarados pretos, indígenas, pessoas com deficiência, trans e em situação de refúgio, apátridas e portadoras de visto humanitário. Em 2022, o PPGHDL reservou 80% das vagas do edital do processo seletivo. O evento apresentará pesquisas realizadas ou em desenvolvimento no PPGHDL a respeito do tema. Além da reserva de vagas, o programa possui parcerias com movimentos da sociedade civil para promover cursos preparatórios para a pós-graduação.
Confira a programação do evento com os links de acesso:
Dia 7/12 – Quarta-feira
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (homenageada no seminário)
Paulo Daniel Elias Farah
Ricardo Alexino Ferreira
Artur Oriel Pereira
Elisabete da Silva Montesano
Frei David, Educafro
Alessandra Garcia Lucio, Itéramãxe
Paulo Daniel Elias Farah
Mediação: Teresa Cristina Teles
(17h30 às 19h) Mesa: Acesso e permanência de pessoas indígenas na pós-graduação
Silmara de Fátima Cardoso (Guajajara)
Adriano Boro Makuda (Boé Boróro)
Alvaro de Azevedo Gonzaga (Guarani-Kaiowa)
Mediação: Ayvone Carvalho
Dia 8/12 – Quinta-feira
Debora Cristina Jeffrey
Maria Angélica Souza Ribeiro
Mediação: Claudine Dutra Melo
(14h às 16h) Mesa: O direito ao acesso e permanência para pessoas trans e travestis na universidade
Jaqueline Gomes de Jesus
Gabrielle Weber
Mediação: Silvana de Souza Nascimento
Dia 9/12 – Sexta-feira
(10h às 12h) Mesa: Processos de implantação de cotas para pessoas com deficiência no ensino superior
Sandra Filomena Wagner Kiefer
Eucenir Fredini Rocha
Mediação: Gabrielle Silva Carvalho
Regina Lúcia Santos
Milton Barbosa (Miltão)
José Adão de Oliveira
Lenny Blue de Oliveira
Mediação: Rosana Rufino
O programa promoveu alterações em seu regulamento a fim de apoiar a inclusão e a permanência na universidade de grupos historicamente marginalizados no Brasil. Além disso, o PPGHDL promove regularmente palestras, debates, rodas de conversa, projetos e seminários sobre o tema.
Mais informações:paulof@usp.br