A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP recebe no dia 8 de novembro a roda de conversa Viver Bem: Conversando com mulheres indígenas, que acontecerá presencialmente no auditório Paula Souza, às 17 horas. As mulheres indígenas presentes compartilharão experiências, visando impulsionar as discussões sobre corporeidade, território e a força ancestral, fortalecendo assim o poder e o movimento político de suas vivências. O encontro é organizado pelo Coletivo Capim e terá transmissão pelo canal do coletivo no Youtube.
A roda de conversa contará com a participação de Julieta Paredes, Tamikuã Txihi e Carolina Pinilla como convidadas. As três são expoentes do Feminismo Comunitário de Abya Yala.
Julieta Paredes Carvajal é boliviana, do povo Aymara, lutadora pelos direitos sociais, escritora, cantora e grafiteira. Fundadora da comunidade Mujeres Creando, Julieta tem uma longa caminhada como ativista e escritora. Atualmente, é doutoranda no Instituto de Psicologia (IP) da USP e colunista do jornal boliviano La Razón.
Tamikuã Txihi é patoxó, nascida na Bahia, bacharel em Serviço Social, ativista e artista. Reside na Terra Indígena Jaraguá, na zona norte de São Paulo, onde vive entre o povo Guarani. Desenvolve uma produção artística que transita por linguagens diversas, como a pintura, a intervenção urbana e o vídeo. Educadora socio-ambiental, Tamikuã é fundadora da Toka da Onça Oka, um espaço cultural dedicado à memória viva e à recuperação da Mata Atlântica.
Carolina Pinilla é chilena, do povo Mapuche, educadora, pensadora e lutadora pelo direito à terra. Tem uma atuação comunitária na região metropolitana de Santiago.
A mediação da atividade ficará a cargo de Itaynara Rodrigues Silva, também baiana, do povo Tuxá. Formada em Psicologia pela Universidade do Estado da Bahia, Itaynara é mestranda no programa de Saúde da População Negra e Indígena da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e integrante do Coletivo Capim.
O Coletivo Capim tem como objetivo ampliar os cuidados e os atendimentos às pessoas indígenas na área da saúde mental, constituindo uma rede de profissionais indígenas e não indígenas que atuam nessa área. Formado em 2022, desde então vem fornecendo convivência e diálogos para a construção de novas práticas e diretrizes de cuidado.
Glossário
Abya Yala é um termo do povo Kuna, originário do norte da Colômbia, que significa “terra madura”, “terra viva” ou “terra em florescimento”. É sinônimo de América.
Feminismo comunitário é uma corrente decolonial de pensamento nascida da prática social das mulheres latino-americanas, em especial das mulheres indígenas. Em uma entrevista à Agência Pública, publicada em 2020, Julieta Paredes afirmou que o “feminismo comunitário é a luta de qualquer mulher, em qualquer parte do mundo, em qualquer tempo da história, que luta e se rebela contra um patriarcado que a oprime ou pretende oprimir”.