Pesquisa da USP apresenta normas para criação de aplicativos e plataformas que facilitem o acesso de idosos às novas tecnologias

O estudo foi desenvolvido por Sandra Souza Rodrigues durante seu doutorado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos

 12/11/2024 - Publicado há 1 mês
Imagem: Foto em preto e branco de um idoso segurando nas mãos um aparelho de telefone celular
Trabalho propõe, com as inovações digitais, soluções para tornar o uso dessas tecnologias mais acessível e seguro para idosos – Foto: freepik

Pesquisa realizada no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, apresenta diretrizes de design na criação de aplicativos e plataformas digitais que atendam às necessidades específicas da população idosa (60 anos ou mais).

Imagem: Mulher branca, com cabelos negros e lisos abaixo dos ombros e trajando um vestido preto com bolinhas brancas
Sandra Souza Rodrigues – Foto: Linkedin

O estudo foi desenvolvido por Sandra Souza Rodrigues durante seu doutorado no ICMC. O trabalho propõe soluções para tornar o uso dessas tecnologias mais acessível e seguro, facilitando o engajamento de idosos com as inovações digitais que podem impactar positivamente sua saúde e bem-estar. “Em seus estudos de literatura, Sandra percebeu que essas tecnologias são de difícil interação para idosos, pois não consideram suas dificuldades de visão, audição, destreza e as dificuldades cognitivas inerentes do processo de envelhecimento”, explica Kamila Rios H. Rodrigues, orientadora do trabalho.

A tese de Sandra se destaca pelo olhar sensível para a utilização dessas tecnologias pelo público 60 +. Nesse contexto, as diretrizes propostas abordam questões como letras grandes e contraste claro para aumentar a legibilidade do conteúdo, interfaces simples, uso de botões grandes, feedback tátil (vibração) e sonoro, além de mecanismos para facilitar a recuperação de erros. Respeitados esses elementos tornam as tecnologias mais acessíveis aos idosos. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) de 2022, dificuldade de usabilidade, falta de familiaridade com ferramentas e medo são os principais motivos que impedem a inclusão desse público.

Acessibilidade na prática

Imagem: Foto de rosto de mulher branca, com cabelos longos e sorridente
Kamila Rios H. Rodrigues – Foto: Researchgate

Dentre as soluções sugeridas pela autora do trabalho, os dispositivos tecnológicos que monitoram saúde, segurança e bem-estar representam grande oportunidade de transformação à acessibilidade. Em cima disso, o design desempenha um papel primordial para construir tecnologias que se preocupem com a população idosa. “Pensar um design inclusivo deve ser um requisito básico para produtores de soluções computacionais”, reforça a professora Kamila.

Quando dispositivos como smartwatches e smartphones são conectados à internet, lembretes sonoros e visuais podem alertar sobre necessidades diversas da rotina, prevenindo acidentes e aumentando a segurança. Para uma senhora de 75 anos que mora sozinha, por exemplo, as recomendações oferecidas no trabalho de Sandra incluem monitoramento de segurança adaptado às necessidades da rotina. Dentre eles estão: lembretes para levar a chave ao sair de casa, tomar remédios nos horários determinados e cuidados redobrados no banheiro, para evitar quedas.

Prêmio

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O estudo foi reconhecido no último mês com o Prêmio Junia Coutinho Anacleto de Melhor Trabalho de Doutorado no 23º Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC 2024). Com as diretrizes indicadas por Sandra, é possível produzir esses dispositivos considerando aspectos que antes eram negligenciados ou excluídos durante o processo de desenvolvimento. Essa preocupação vai ao encontro dos principais critérios de avaliação do prêmio para Interação Humano-Computador (IHC), que preza pela relevância do problema investigado e dos resultados obtidos, originalidade e contribuições da pesquisa para a sociedade.

 

Texto: Carolina Pelegrin, da Fontes Comunicação Científica


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