OAB e USP promovem palestra para debater violência contra a população LGBT durante a ditadura militar

Evento ocorre de forma on-line e alerta que, se não há preservação de direitos humanos aos grupos socialmente marginalizados, não há democracia

 24/11/2022 - Publicado há 1 ano
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LGBTs se manifestam na Greve Geral de 1980, no ABC – Foto: Reprodução / Fernando Uchôa

 

Na próxima quarta-feira, 30, a USP e a OAB realizarão o Fórum Permanente sobre Genocídio e Crimes contra a Humanidade – Violência contra a população LGBT durante a ditadura militar no Brasil. A iniciativa se destina não só para estudantes de direito, mas para qualquer pessoa interessada. 

A palestra será transmitida de forma on-line a partir das 18 horas. Para ter acesso à formação, é preciso se inscrever neste link na plataforma de cursos da Escola Superior de Advocacia da OAB. Aos inscritos, haverá emissão de certificado de participação ao final do evento. 

O Fórum Permanente sobre Genocídio e Crimes contra a Humanidade (FPGCH) se iniciou em 2020, durante a pandemia de covid-19, e até hoje mantém sua forma de realização remota, com a participação de professores e pesquisadores brasileiros e não brasileiros, discutindo temas relacionados à promoção de direitos humanos, em uma série de palestras.

Arthur Roberto Capella é professor do IRI – Foto: Reprodução/Lattes

Esta será a última palestra deste ano, no país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). De acordo com o professor Arthur Roberto Capella Giannattasio, do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP, e mediador da palestra, “a  discussão é relevante, pois trata de um dos pilares de preservação de condições para uma experiência política democrática em nível nacional e internacional: a proteção, a inclusão e a valorização política, econômica e simbólica de minorias e grupos socialmente marginalizados dentro de uma democracia”.

Além do professor Arthur, há outros dois docentes e um pesquisador da USP organizando o evento: a professora Maria Luiza Tucci Carneiro, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH); professor Paulo Borba Casella, de Direito Internacional da Faculdade de Direito (FD); Felipe Nicolau Pimentel Alamino, pesquisador do Grupo de Pesquisa em Direitos Humanos e Fundamentais (GPDH) da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e do Centro de Estudos sobre Proteção Internacional de Minorias (Cepim) da USP.

Os participantes poderão fazer perguntas diretamente ao convidado da palestra, que discutirá os crimes contra a humanidade da população LGBTQIA+, Renan Quinalha, professor de Direito da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Renan é coordenador do curso de Direito e atualmente coordenador adjunto do Núcleo TransUnifesp, coletivo que atua na promoção de saúde e cidadania para as populações trans e intersexo da universidade. Recentemente, o professor culminou os resultados de suas pesquisas no livro Movimento LGBTI+: uma breve história do século XIX aos nossos dias, no qual retrata a questão de gênero e sexualidade por um enfoque histórico,  identitário e político.

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Série mostra luta pioneira de LGBTs contra a repressão na ditadura

Renan também foi entrevistado central na série de vídeos que o Jornal da USP produziu sobre LGBTs na ditadura militar. A série apresenta os efeitos desse regime no controle dos corpos, que, segundo ele, eram reprimidos por militares porque confrontavam a heteronormatividade da época. “Era uma limpeza moral, que tirava essas pessoas da visibilidade da família tradicional brasileira”, destacou o professor.

Assista ao primeiro vídeo da série a seguir:

Fórum Permanente sobre Genocídio e Crimes contra a Humanidade
Violência contra a população LGBT durante a ditadura militar no Brasil
30/11, às 18h
Inscrições neste link

 

 


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