Foto: Freepik

Comportamento suicida entre crianças, jovens e adolescentes será tema de debate na USP

Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP propõe discutir a saúde mental ao longo dos ciclos da vida nas áreas da política, trabalho e na vida de crianças, jovens e adolescentes

 14/10/2022 - Publicado há 2 anos

Texto: Danilo Roberto Silva Queiroz

Arte: Guilherme Castro

O Laboratório de Saúde Mental Coletiva (Lasamec), vinculado ao Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, promove na próxima terça-feira, dia 18, a partir das 14 horas, o seminário Conversando sobre Suicídio.

O debate será gratuito e realizado no Auditório João Yunes da FSP, além de ser transmitido simultaneamente pelo canal de Youtube da Faculdade. O encontro é direcionado a profissionais do campo da saúde mental, estudantes e comunidade externa.

O seminário é coordenado pela professora Fabíola Zioni e com apoio da Comissão de Cultura e Extensão da FSP.  Todos poderão solicitar o certificado de participação clicando neste link.

Uma das propostas do evento é debater as mudanças que vêm ocorrendo na sociedade no campo da saúde mental envolvendo política, trabalho e comportamento suicida entre crianças, jovens e adolescentes. 

Para compor os debates estarão presentes o professor Juliano de Trotta, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Maria Fernanda Barcellos de Oliveira, terapeuta ocupacional da Prefeitura Municipal de São Paulo e doutoranda do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade da FSP.

Para Maria Fernanda Barcellos de Oliveira, uma das convidadas que irá debater  comportamento suicida entre crianças, jovens e adolescentes, é preciso compreender que além de inibir esse comportamento, é necessário ouvir e compreender os espaços que a população infantojuvenil ocupa. Segundo ela, nessa geração são considerados fatores de risco, como situações de violência, conflitos familiares, tentativas de suicídio prévias, automutilação, abuso físico ou sexual, negligência, bullying, que ajudam a entender o que esses indivíduos sentem e por que pensam em estabelecer esses comportamentos.

“Entendendo território não como um conceito ‘de espaço físico’, mas sim de espaço de (con)vivência dessas cidadãs e cidadãos, como crenças, valores, subjetividades, relações interpessoais, condições socioeconômicas, entre outros,” ela diz.

Maria Fernanda Barcellos de Oliveira - Foto: Arquivo pessoal

Maria Fernanda Barcellos de Oliveira - Foto: Arquivo pessoal

Atualmente ela realiza seu doutorado na FSP procurando compreender a  disparidade que há entre o que se preconiza para o cuidado da questão suicida e as demandas desses adolescentes e jovens.

O evento será iniciado com o professor Alberto Olavo Advincula Reis, psicanalista e professor aposentado do Laboratório de Hibridação Científico-política em Saúde Pública (LaHibrid), também do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade. Ao final do seminário, haverá um momento de debate entre os participantes e os convidados para que possam compartilhar como o suicídio se manifesta ao longo dos ciclos da vida.  

Esse laboratório tem realizado estudos que visam a aproximar a saúde a um viés tanto patológico, quanto social. Assim, os membros que compõem o grupo de pesquisa enxergam que a transdisciplinaridade na saúde pública ou coletiva é uma ampla proposta de produção de conhecimento, ao promover uma maior interlocução entre as áreas social, humana e natural da ciência.

Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade

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O Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade possui dois laboratórios de pesquisa: o Lasamec e LaHibrid. Ambos contribuem com o desenvolvimento de pesquisas que envolvem questões de gênero, masculinidade, identidade sexual, violência doméstica, paternidade, divisão social dos cuidados, climatério, populações de rua, saúde reprodutiva, sexualidades, transmissão sexual e vertical do HIV e implicações psicossociais da aids, da saúde mental infantojuvenil, além de saúde materno-infantil.

A proposta do departamento é produzir e disseminar conhecimento inovador a partir de uma perspectiva interdisciplinar, com vistas a formar pessoas para lidar e refletir criticamente acerca das diferenças e desigualdades nos processos de saúde e doença ao longo dos ciclos de vida. Assim, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, contribuir para a formulação de políticas públicas em saúde.


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