Evento reúne ministros e pesquisadores para discutir o colonialismo na pedagogia social

Importante espaço de reflexão sobre educação social, popular e comunitária, Congresso Internacional de Pedagogia Social contará com palestras do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio de Almeida, e de pesquisadores de países de língua portuguesa

 01/02/2023 - Publicado há 1 ano
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Aluno soletra a palavra tijolo, Sobradinho (DF) – Foto: Instituto Paulo Freire

 

Estão abertas as inscrições para o 7º Congresso Internacional de Pedagogia Social (CIPS), que ocorre do dia 15 ao dia 18 de fevereiro, e conta com a participação de professores e pesquisadores de pelo menos dez países. O evento será realizado de maneira presencial, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, e terá transmissão on-line. O foco desta edição será refletir sobre colonialidade, atrelando a ideia de raça como estruturante no pensamento colonial para a subalternização dos povos colonizados. 

Professor Roberto da Silva – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Palestrantes, trabalhadores da rede de assistência social e bolsistas do Mackenzie e da Faculdade de Educação (FE) da USP podem realizar a inscrição gratuitamente. Para as demais pessoas interessadas, os valores variam entre R$ 70 e R$ 120. As inscrições podem ser feitas neste link

“Este é o principal evento sobre educação social na América Latina. A reunião de pesquisas foi a forma que encontramos de mapear a evolução do tema e os trabalhos na área”, explica Roberto da Silva, professor da FE. Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação em Regimes de Privação da Liberdade, Silva é o principal organizador dos Congressos Internacionais de Pedagogia Social.

Além de grandes conferências, o evento selecionou 50 trabalhos para comunicações orais que, após aprovação, devem ser publicados no anais do congresso. O evento já acumula cerca de 350 pesquisas comunicadas e publicadas na plataforma SciElo e na Coleção Pedagogia Social, da Expressão & Arte Editora.

 

Programação

A 7ª edição do congresso contará com três conferências magnas, cinco mesas temáticas, três sessões de cine debate, comunicações orais e lançamento de livros envolvendo cerca de 800 participantes. O megaevento terá o suporte e apoio de cerca de 230 colaboradores entre conferencistas, palestrantes, oficineiros e monitores. Algumas das atividades terão tradução em inglês e interpretação de Libras. 

Ministro Silvio Almeida é um dos convidados do evento – Foto: reprodução

O advogado, filósofo e ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio de Almeida, confirmou presença no evento e deve realizar uma conferência sobre a teoria decolonial como um paradigma da libertação. “A ideia é que o ministro, que domina o assunto do racismo estrutural, possa apresentar o tema e abrir uma série de mesas, para ouvirmos dos outros países de colonização espanhola e portuguesa como estão lidando com a educação decolonial”, conta Silva. Ele destaca que Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e República do Mali terão representantes no evento. “Bem como Macau, na China, outro reduto de língua portuguesa”, acrescenta.   

Nisia Trindade de Lima, ex-presidente da FioCruz e atual ministra da Saúde, também foi convidada para palestrar em uma das conferências magnas, para discutir a educação em saúde durante a pandemia de covid-19. A proposta do evento é que pesquisadores da Europa, África e das Américas possam compartilhar a experiência de seus países com o tema. 

Entre os 33 especialistas convidados para palestrar no evento estão Celso Luiz Prudente, Conceição Evaristo e nomes internacionais como Miguel Marrengula (Moçambique), Fernando Jorge Tavares (Cabo Verde), Moussa Diabate (República do Mali), Marcelo David Krichesky (Argentina), entre outros. Confira a programação completa neste link.

O Congresso Internacional de Pedagogia Social é organizado por grupos de pesquisas sediados em diversas instituições públicas como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e nas Universidades Federais do Paraná (UFPR), Mato Grosso do Sul (UFMS), Pernambuco (UFPE),  Espírito Santo (UFES) e Universidade Federal Fluminense (UFF), em articulação com instituições privadas como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Universidade Presbiteriana Mackenzie, Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal) e Universidade Católica de Brasília (UCB).

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