Beatriz e o professor José Miguel comemoraram a notícia da conquista da estudante. “Este prêmio representa um reconhecimento significativo do trabalho que venho desenvolvendo com o grupo de pesquisa Mulheres vivendo, tecendo, cortando as malhas do encarceramento, formado por pesquisadores e coletivos de militância do Amazonas, Maranhão e São Paulo. Nosso objetivo tem sido construir uma compreensão da experiência prisional e dos direitos, no encontro de óticas como as do abolicionismo penal, a saúde pública, o antirracismo e uma base feminista”, diz ela.
O trabalho de campo realizado em Manaus foi desdobramento de uma iniciação científica anterior, na qual Beatriz fez um levantamento bibliográfico de estudos sobre as práticas de aleitamento materno exclusivo por pessoas em situação de cárcere no Brasil, produzidos desde 2000. Essa primeira iniciação científica contou com a orientação da professora Bárbara Hatzlhoffer Lourenço e também resultou em um trabalho premiado. Em 2022, ela recebeu o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos, concedido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Instituto Vladimir Herzog.
A sexta edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher premiou pesquisas de iniciação científica que demonstraram criatividade, boa aplicação do método científico e potencial de contribuição para a ciência no futuro. A SBPC recebeu 166 inscrições de alunas de ensino médio e 599 de estudantes de graduação, de todas as regiões do Brasil. As estudantes vencedoras receberão prêmios em dinheiro e terão a oportunidade de apresentar seus trabalhos na próxima Reunião Anual da SBPC.
A cerimônia de entrega do Prêmio Carolina Bori ocorrerá em 11 de fevereiro, em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. O evento será realizado no Salão Nobre do Centro MariAntonia da USP e será transmitido pelo canal da SBPC no YouTube.