No próximo dia 24, quinta-feira, na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, acontecerá a cerimônia de encerramento do Outubro Negro, evento que acontece anualmente desde 2018. A organização do encontro é do Coletivo Negro Carolina Maria de Jesus, da FSP, que neste 2024 acontece em colaboração com o projeto Cosmopolíticas do Cuidado no Fim-do-Mundo. Assim como as atividades anteriores, que aconteceram nos dias 8 e 15 deste mês, neste dia 24, a participação do público será aberta e gratuita a toda a comunidade.
Esta edição do evento, intitulada Outubro Negro: Lentes negras para construir o mundo que queremos, acontece em homenagem à vida e obra de Denise Ferreira da Silva, que é artista, filósofa e professora. A homenageada ocupa a cátedra Samuel Rudin Professor em Humanidades no Departamento de Espanhol e Português da Universidade de New York (NYU), onde é também codiretora do Co-Laboratório de Estudo Anticolonial e Racial Crítico (CRACS Co-lab). No campo da arte, trabalhou com o cineasta e escritor Arjuna Neuman e com a artista de performance Valentina Desideri. Teve obras incluídas na 10ª Bienal de Berlim, na Bienal de Singapura de 2022 e na 35ª Bienal de São Paulo.
Denise é graduada e mestre em Sociologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e estará presente no evento. Ela escreveu dois livros em inglês, Toward a Global Idea of Race (2007) e Unpayable Debt (2022), que posteriormente foram traduzidos para o português, e também foi codiretora de dois filmes de média-metragem, Serpent Rain (2016) e 4 Waters – Deep Implicancy (2018).
Em suas obras, Denise circunda temáticas raciais e culturais do Brasil e do mundo. Em seu livro A Dívida Impagável (versão traduzida de Unpayable Debt), por exemplo, a autora trata da dívida social histórica no contexto das injustiças raciais, e como ela molda relações e perpetua desigualdades mesmo após séculos do fim da escravidão. Outro caso é seu primeiro trabalho de direção com o filme Serpent Rain, que foi inspirado pela descoberta de um navio negreiro naufragado, e que trata de como a ideia e o produto da escravidão, mesmo que tenha acontecido no passado, seguem presentes no mundo atual.
Para o evento, além das palestras com professores e mesas de discussão, o coletivo organizou apresentações artísticas e contou com presenças ilustres, como na abertura do evento, no dia 8, que foi comandada pelo Sintonia, grupo de DJs encabeçado por KL Jay; e o segundo dia de evento contou com a apresentação do DJ Barba. Para fechar esta edição do Outubro Negro, o coletivo traz a própria homenageada, Denise da Silva, para guiar a última mesa de discussão e também conta com a apresentação do grupo de percussão Bloco Afro ÉdiSanto para o encerramento do evento.
Programação do encerramento:
- Dia 24/10 (Quinta-feira)
- 17h – Apresentação Afropercussiva – Bloco Afro ÉdiSanto
- 18h – Coffee Break
- 18h30 – Mesa – Lentes Negras e para construir o mundo que queremos com Denise Ferreira da Silva, Periferia Segue Sangrando e Coletivo Negro Carolina Maria de Jesus.