Desigualdades e injustiças urbanas: debates trazem reflexões para tornar cidades mais igualitárias

Pesquisadores e gestores discutem o que torna as cidades tão desiguais em workshop promovido por centro de estudos da USP

 06/02/2023 - Publicado há 1 ano
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Workshop Injustiças Urbanas: Reflexões Normativas e Práticas – Foto: FFLCH

O Centro de Estudos da Metrópole (CEM), sediado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, vai realizar o workshop Injustiças Urbanas: Reflexões Normativas e Práticas nos dias 13, 14 e 15 de fevereiro, às 9 horas. O evento será em inglês no formato híbrido, presencialmente no auditório do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e remotamente no canal do CEM, no Youtube. Para participar, as pessoas interessadas devem se inscrever pelo e-mail urbaninjustices@gmail.com ou pelo site oficial do evento até o dia 8 de fevereiro.

Katarina Pitasse Fragoso – Foto: Researchgate

O workshop foi pensado para criar um espaço de debate e reflexão sobre as atuais injustiças urbanas. As apresentações serão feitas por especialistas internacionais e nacionais que realizam pesquisas acadêmicas sobre o tema. “Vamos ter filósofos, engenheiros, arquitetos e profissionais de outras áreas que, mesmo em contextos diferentes, estão pensando em como transformar uma cidade desigual em igualitária”, diz Katarina Pitasse Fragoso, coordenadora do evento e pesquisadora do CEM. 

De acordo com Katarina, as injustiças no âmbito das cidades estão relacionadas à qualidade de vida das pessoas no espaço urbano. Desde mobilidade, transporte, tratamento de água e meio ambiente à gestão de praças, ruas e calçadas. “É o que afeta a vida dos moradores, trazendo benefícios ou desvantagens”, explica a coordenadora. 

Programação

O workshop buscará esclarecer questões sobre injustiça urbana, com pesquisas teóricas e propostas para a implementação de políticas públicas. “Qual é a injustiça urbana de que estamos falando? Como devemos definir e medir as desigualdades e a pobreza urbana? Como devemos regular a distribuição dos orçamentos públicos locais? Quais políticas públicas são justas e/ou eficazes? Este workshop tem o objetivo de considerar tais questões”, conta Katarina.

No primeiro dia, 13 de fevereiro, será discutido o tema Concebendo cidades igualitárias: conceitos e intervenções, com Ana Barone, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP e especialista em história das cidades e do urbanismo, junto com Avner de-Shalit, professor de Ciência Política na Universidade Hebraica de Jerusalém (Israel), na qual pesquisa direitos humanos e políticas urbanas, e Jonathan Wolff, professor de Valores e Políticas Públicas da Universidade de Oxford. Essa sessão inicial servirá para pensar o que significa uma cidade ser igual ou desigual. 

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No dia seguinte, com o tema Cidades desiguais: fraturas socioespaciais, as pesquisadoras Bianca Tavolari, do Núcleo Direito e Democracia do Cebrap, e Amneris Chaparro, da Universidade de Yale (EUA), estarão juntas com os pesquisadores James Hickson e Jamie Draper, respectivamente da Universidade de Liverpool e da Universidade de Oxford, ambas do Reino Unido, para discutir as relações entre as desigualdades nas cidades e as divisões espaciais e sociais, como segregação e gentrificação, por exemplo, apontando possíveis soluções para esses problemas.

No último dia, haverá a participação dos pesquisadores do CEM Mariana Giannotti e Pedro Logiodice, que possuem trabalhos sobre desigualdades socioespaciais relacionadas ao transporte urbano, juntamente com os pesquisadores em filosofia política Nico Brando, da Universidade de Liverpool (Reino Unido), e Sebastian Östlund, da Universidade de Umeå (Suécia).

Nessa sessão, o debate vai explorar o tema Cidades desiguais: questões etárias, mobilidade e capacidades negativas, destacando como as desigualdades afetam os grupos sociais das cidades. “Por exemplo, problematizando a questão da mobilidade urbana, que favorece aqueles que vivem em bairros mais nobres em detrimento daqueles que vivem em lugares mais afastados”, afirma Katarina. A programação completa pode ser visualizada no link

 


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