Curso da USP oferece vivências de capoeira dentro e fora da roda

Programa do curso contempla conhecimentos históricos, sociais e culturais da capoeira, além de aulas experimentais; inscrições podem ser realizadas até 2 de novembro

 26/10/2022 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 27/10/2022 as 20:09
Curso na FFLCH será presencial e tem como foco ampliar o debate sobre a importância da capoeira e suas implicações históricas – Foto: Pxhere

 

Você sabia que a capoeira já foi considerada um crime no Brasil ? Até a abolição da escravatura, a lei punia os praticantes de capoeira com penas de até 300 açoites e o calabouço. A prática continuou sendo considerada crime até 1937, com pena de até seis meses de prisão. Hoje, conhecida no mundo todo, deixou de ser praticada apenas por pessoas negras, mas aderida por qualquer pessoa interessada.

O Centro de Estudos Africanos (CEA) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP promove, a partir de 5 de novembro, o curso de difusão Dentro e fora da roda: as vivências da capoeira. Em modalidade totalmente presencial, os organizadores propõem ampliar o debate acerca da importância da capoeira e suas implicações históricas, sociais e culturais, ao longo de um mês. O curso está sob coordenação da professora Marina de Mello e Souza, do Departamento de História Social da FFLCH.

As aulas ocorrerão sempre aos sábados, das 9 às 13 horas, no prédio da História e Geografia, na sala 13 – Ilana Blaj. Dispondo de 40 vagas, as inscrições são gratuitas e realizadas pelo Sistema Apolo até o dia 2 de novembro. Caso o número de inscritos exceda a quantidade de vagas, as matrículas serão realizadas por meio de um sorteio. As organizadoras recomendam que os inscritos estejam presentes em 75% das aulas, pois a presença é obrigatória. 

Todos os participantes que tiverem frequência mínima de 75% receberão certificados de conclusão de curso emitidos pelo Serviço de Cultura e Extensão da FFLCH.

Programação

O curso tem duas frentes: a construção do debate teórico acerca da capoeira e sua construção histórica, e a vivência da prática da capoeira desde sua musicalidade, tradição e movimentação. O programa conta com quatro horas para a parte teórica e outras quatro para a sua aplicação prática, que ocorrerá na Praça do Relógio, na Cidade Universitária. 

Os organizadores pretendem trabalhar desde os elementos primordiais da capoeira, conhecendo as suas raízes originárias de luta e resistência, até o reconhecimento das suas primeiras aspirações e a sua criminalização. Durante a prática da modalidade, os participantes entrarão em contato com os instrumentos e poderão refletir sobre a profundidade das canções tradicionais.

+ Mais

Cronistas brasileiros ajudaram a transformar a imagem da capoeira no início do século 20

O programa contemplará, ainda, o processo de descriminalização da capoeira e os fundamentos teóricos da chamada Capoeira Angola, modalidade mais lenta, praticada entre os escravos e focada em movimentos de defesa. Por fim, será abordada a Capoeira Regional, na qual o foco da luta se encontra nos movimentos de ataque. 

Além disso, as aulas também questionarão o senso comum de que a prática só é destinada aos homens, apresentando a inserção das mulheres ao longo da história da capoeira. 

Ao final do curso, os encontros discutirão a arte de fazer capoeira na contemporaneidade, como o legado deixado por essa prática esportiva, que também se apresenta como arte e elemento educativo. Os ministrantes chegam ao fim do programa mostrando a capoeira enquanto patrimônio imaterial da humanidade, e os impactos gerados a partir desse reconhecimento, com os  desafios e percursos que permanecem até os dias de hoje.

Mais informações: https://sce.fflch.usp.br/programa-637

 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.