Pelo terceiro ano consecutivo, o Clube de Leitura Literatura e Diversidade, da Faculdade de Educação (FE) da USP, em São Paulo, realiza encontros on-line para leitura de obras literárias de autoria ou temática LGBTQIA+. O objetivo é contribuir com a formação inicial e continuada – de professores já em atuação – sobre identidade de gênero e orientação sexual. Para participar, é necessário se inscrever neste formulário.
Criado na pandemia, o clube de leitura abria inscrições semestralmente. Mas, devido à enorme procura, a coordenação optou por manter as inscrições abertas permanentemente. Neste semestre, o grupo já realizou a leitura e a discussão do livro A construção de mim mesma, de Letícia Lanz. Os encontros são realizados sempre na última terça-feira do mês, das 17h30 às 19 horas, via Google Meet. A próxima reunião será no dia 27/9, sobre a obra Fun Home, de Alison Bechdel.
“A literatura é a linguagem artística mais presente nas escolas. Por meio dela, portanto, é possível sensibilizar professores em formação e já em exercício, como também inspirá-los a desenvolver propostas pedagógicas capazes de enfrentar as desigualdades, discriminações e exclusões”, afirma Iracema Santos do Nascimento, coordenadora do clube.
De acordo com a também professora da FE, a escolha das obras é anunciada sempre no início do semestre e considera as interseccionalidades das questões de gênero, “como raça e classe, por exemplo, dentre outros marcadores sociais da diferença”. Iracema conta que os encontros servem como espaço de compartilhamento das impressões dos leitores a respeito da obra, além de um espaço de acolhimento para pessoas LGBTQIA+.
Até 29 de novembro, o Clube de Leitura Literatura e Diversidade fará a discussão de quatro obras e, no último encontro, haverá um sarau. Cada reunião garante um certificado de participação de 5 horas. Para alunos da FE, a atividade é aceita como Estudos Independentes.
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Diversidade na pesquisa
A docente explica que o clube surgiu em 2020 como um projeto de extensão, mas logo se mostrou uma potente proposição de formação de professores. “Tanto do professor leitor, quanto daquele preocupado com as questões de diversidade”, explica.
No ano seguinte à estreia do clube, a experiência foi transformada no projeto de pesquisa “Clube de Leitura Literária como estratégia de formação de professoras(es) para a promoção da diversidade de gênero na educação básica”. O projeto conta com três bolsas de pesquisa, além da colaboração de um professor radicado na Espanha.
Com isso, cada participante do clube de leitura se torna, também, colaborador do projeto. Ao final do formulário de inscrição, é possível ler o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para contribuir com a pesquisa. Para participar dos encontros do clube, é necessário concordar com o TCLE.
“Queremos analisar os dados gerados pelo clube, com a devida atenção ao anonimato e às prerrogativas éticas na pesquisa de ciências humanas, para sistematizar uma metodologia de formação de professores com base em clubes de leitura”. Entre os dados analisados, estão o registro das falas dos participantes – feito com a gravação dos encontros – e as informações levantadas no formulário – como identidade de gênero, orientação sexual, pertencimento étnico-racial e locais de atuação profissional.
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E-mail: clubedeleiturafeusp@usp.br
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