Teatro da USP comemora dez anos de atuação no interior do Estado

Projeto promove atualmente espetáculos, oficinas e workshops em São Carlos, Ribeirão Preto e Bauru

 03/04/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 29/10/2019 as 9:51
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Apresentação do Teatro da USP em São Carlos: espaço para refletir sobre a condição humana ─ Foto: Reprodução/Tusp

O Teatro da USP (Tusp) é um dos mais tradicionais centros culturais paulistanos. Criado nos anos 50 por iniciativa de estudantes, desde 1996 ele está sediado no coração da capital, no histórico edifício do Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP, na Rua Maria Antonia, na Vila Buarque. Atualmente subordinado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, o Tusp promove espetáculos, mostras e oficinas, entre várias outras formas de difundir as artes cênicas. Entretanto, pouco se fala sobre seu trabalho para além de São Paulo.

Há exatos dez anos, o Tusp atua também no interior do Estado, possibilitando que se discuta o teatro em cidades onde o campus da USP não conta com a presença das artes. Criando espaços de diálogo, as ações promovidas se adaptaram à realidade local, e também permitiram que fosse efetiva a extensão das atividades para além dos muros da Universidade. “Nosso interesse é que o teatro seja visto nos campi e nas cidades do interior como uma linguagem essencial à formação humana. Nosso desejo é poder refletir sobre a condição humana, e vamos em cada cidade buscando esses espaços”, conta Claudia Alves, orientadora de arte dramática, responsável pelo Tusp em São Carlos.

Performance Cegos, promovida pelo Tusp em São Carlos – Foto: Paulo Henrique/Tusp

O processo de interiorização do Tusp surgiu em 2009 pelas mãos dos professores Celso Frateschi e Maria Thais, ambos da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. A transformação estrutural veio através de um processo de contratação de “orientadores de arte dramática”, que foram divididos para serem responsáveis por cidades do interior onde a USP possui campi. Assim se iniciou a implementação do Teatro da USP em Ribeirão Preto, Piracicaba, Bauru, São Carlos e Pirassununga.

Houve diversas reuniões com prefeitos dos campi e possíveis parceiros locais para viabilizar logisticamente essa ida ao interior. No entanto, como se fixar em um ambiente tão diferente? “Encontramos uma realidade muito distinta da realidade de São Paulo. Não tínhamos um edifício no centro da cidade, e uma equipe administrativa e técnica igual na capital”, conta Claudia. “Estávamos sozinhos.”

O enraizamento veio conforme o Tusp adaptou sua dinâmica, pensando caso a caso em como iria atuar nas cidades do interior. Uma ação que colaborou nesse sentido foi o Núcleo de Experiência e Apreciação Teatral, criado em São Carlos e posteriormente adotado da mesma forma nas outras cidades. Nesses núcleos, o público local é convidado a vivenciar o teatro não apenas através da prática, mas também pela participação em workshops de formação, palestras e peças, por exemplo.

Essa maneira orgânica de se relacionar com o público foi diferenciando as formas de o Tusp atuar, de modo que cada cidade ganhou características muito distintas entre si. “No nosso caso, o teatro passou a ser uma linguagem que faz parte do cotidiano são-carlense”, complementa Claudia.

Equipe de orientadores de arte dramática responsável pelo início da interiorização do Tusp (no centro, Claudia Alves) ─ Foto: Divulgação/Tusp

Após dez anos, já é possível afirmar que o Teatro da USP está intimamente conectado ao interior e à realidade de cada cidade em que atua, acredita Claudia. Atualmente, em razão da redução do número de orientadores responsáveis pela coordenação, ele atua apenas em São Carlos, Ribeirão Preto e Bauru. Porém, as conquistas obtidas ao longo de uma década de atividades permanecem, e para celebrar essa marca há a possibilidade de ser feita uma programação especial no segundo semestre. “Precisamos pensar as distinções geográficas, econômicas e sociais das cidades do interior, o que dificulta conceber uma programação conjunta que lide com a realidade local. No entanto, acredito, sim, que ainda faremos uma ação que passe em todos os campi”, conclui Claudia.


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