Pepetela fala sobre sua vida e obra na Rádio USP

Escritor angolano falou sobre dois romances lançados no Brasil, “O Cão e os Caluandas” e “O Quase Fim do Mundo”

 17/10/2019 - Publicado há 4 anos
O escritor angolano Pepetela, autor de Mayombe, em entrevista no programa Via Sampa, da Rádio USP – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Nascido Artur Pestana, o escritor angolano Pepetela é reconhecido como um dos maiores escritores do continente africano. Contemplado em 1997 com o Prêmio Camões – a maior honraria da literatura em língua portuguesa -, ele tem sob sua assinatura o romance Mayombe, obra que integra a lista de leituras obrigatórias da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), que organiza o exame de admissão na USP.

Referência literária em todo o mundo lusófono, Pepetela, 78 anos, participou de encontros preparatórios do 6º Colóquio Internacional Áfricas, Literatura e Contemporaneidade, que acontece na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP entre os dias 22 e 24 de outubro e tem a literatura africana como centro da discussão. A organização do evento é da professora Rita Chaves, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da FFLCH, especialista em literatura africana em língua portuguesa. A participação de Pepetela no colóquio aconteceu na forma de uma conversa aberta com os alunos da USP, integrando a programação prévia do evento, na quarta-feira passada, dia 16.

O encontro marcou o lançamento de dois livros de Pepetela no Brasil, O Cão e os Caluandas, publicado pela primeira vez em 1985, e O Quase Fim do Mundo, de 2008. As duas obras são publicadas pela Editora Kapulana.

Além de vir à USP, Pepetela também participa do 2º Encontro Literário do Coletivo de Educadores de Perus/Pirituba – Áfricas, Memória e Resistência, que acontece nesta sexta-feira, dia 18, às 19 horas, na Biblioteca Municipal Padre José de Anchieta, em Perus, na zona norte de São Paulo. De forma similar ao evento na USP, Pepetela e a professora Rita Chaves compõem uma mesa de debates. Haverá também o lançamento dos dois livros de Pepetela.

Por ocasião de sua vinda à USP, Pepetela visitou os estúdios da Rádio USP (93,7 MHz), na Cidade Universitária, na terça-feira passada, dia 15, e foi entrevistado ao vivo no programa Via Sampa.

A professora Rita Chaves, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, especialista em literatura africana em língua portuguesa – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

Na conversa, o autor falou sobre aspectos presentes em sua obra, a integração cultural entre Brasil e África e a influência de seus livros na juventude brasileira, além de outros temas. Falando sobre Mayombe e a presença da obra na lista de leitura da Fuvest, Pepetela disse acreditar que “pode ser algo que ajude a refletir sobre o que é o brasileiro” e deu ênfase à ligação histórica entre Brasil e África. “A situação de colonialismo no Brasil está muito longe na memória brasileira, e isso ajuda a entender essa parte da história que abriu caminho para o tráfico de escravos e diferentes racismos.” O escritor falou ainda sobre os seus dois livros lançados no Brasil pela Editora Kapulana.

Além de Rita Chaves, a entrevista com Pepetela teve a participação do jornalista Marcello Bittencourt, produtor literário da Rádio USP, e do estagiário em produção Marcus de Rosa. A apresentação do Via Sampa foi de Roberto Castro.

Ouça nos players acima a íntegra do programa Via Sampa, com entrevista exclusiva de Pepetela.

Saiba mais sobre o romance Mayombe, de Pepetela – um dos livros incluídos na lista da Fuvest -, em matéria publicada no Jornal da USP (disponível neste link). Mais informações sobre a lista da Fuvest estão neste link.

 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.