A Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) começa a gravar, nesta segunda-feira, dia 26, uma série de concertos que serão transformados em vídeos e lançados na internet. Os concertos serão realizados no Anfiteatro Camargo Guarnieri, na Cidade Universitária, em São Paulo, marcando a volta da orquestra para a sua sala tradicional. A primeira obra a ser executada é o Concerto para Viola e Orquestra de Cordas, do compositor gaúcho Radamés Gnattali (1906-1988). Esse concerto – sem a presença de público, ainda em razão da pandemia – tem a participação do violista Iberê Carvalho e regência da maestrina Natália Larangeira.
“A Osusp ficou muito tempo distante do Anfiteatro Camargo Guarnieri, que passou por uma longa reforma. Depois, fomos surpreendidos pela pandemia”, lamenta o fagotista Fábio Cury, diretor da Osusp. “Diante das restrições, a orquestra se adaptou para mostrar um repertório camerístico que coloca em evidência o talento e a excelência dos nossos instrumentistas.” Com a reabertura gradual das atividades, a orquestra volta neste segundo semestre a ocupar o palco com formações maiores, de forma progressiva, até os concertos de encerramento da temporada, quando deverá contar com o seu contingente completo. “Traremos obras do repertório canônico que se mesclam com novidades, o que tem sido uma marca registrada do grupo nas últimas temporadas”, destaca Cury. “Isso vai nos aquecendo para receber o público presencialmente, assim que for possível.”
O primeiro vídeo da temporada 2021 produzido pela Osusp já está disponível no canal da orquestra no Youtube. Nele, Cury e o pianista Cristian Budu executam versões para piano e fagote das Sonatas números 4 e 5, Opus 102, do compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), escritas originalmente para piano e violoncelo. O vídeo foi gravado em estúdio.
Neste semestre, está prevista a gravação de um repertório de obras do período colonial brasileiro, com o objetivo de contribuir para as celebrações do bicentenário da Independência do Brasil e do centenário da Semana de Arte Moderna, que ocorrerão no ano que vem.
Composições que marcaram o Modernismo na música mundial também serão gravadas pela Osusp. Entre elas, o Prélude à l’Après-Midi d’un Faune, do compositor francês Claude Debussy (1862-1918), e uma versão em língua portuguesa de História do Soldado, do russo Igor Stravinsky (1882-1971). Composta em 1918, História do Soldado é uma obra cênico-musical que tem texto do escritor suíço Charles-Ferdinand Ramuz (1878-1947) e se baseia em contos populares russos.
Para representar a contemporaneidade, a orquestra encomendou uma obra inédita ao compositor Arrigo Barnabé, completando um ciclo de três séculos de inovações musicais.
Já a partir de setembro, a Osusp vai gravar os seis Concertos de Brandenburgo, do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750). Essa gravação vai incluir seis cantatas de Bach estabelecidas pelo musicólogo norte-americano Bruce Haynes (1942-2011), especialista em técnicas de música historicamente informada.
Em contraponto ao repertório sinfônico tradicional, os compositores Paulo C. Chagas e Gabriel Levy foram convidados a realizar obras em que a intertextualidade artística esteja presente, utilizando-se também das artes visuais. “É uma obra audiovisual e telemática que versa sobre a liberdade em diferentes camadas, e composta de partes sonoras e visuais gravadas que serão processadas eletronicamente”, explica a vice-diretora da Osusp, Cassia Carrascoza, que está coordenando os trabalhos da orquestra com Paulo C. Chagas. “O trabalho integra a formação sinfônica de maneira pioneira e única, que dialoga com a atualidade, incorporando tecnologia de ponta à prática musical da orquestra.”
Vídeos de concertos da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) estão disponíveis no canal da orquestra no Youtube. Mais informações podem ser obtidas no site da Osusp.
Com informações de Tiago Luis Cesquim, da Assessoria de Imprensa da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp)
