Instituto de Estudos Brasileiros abre seu acervo para pesquisadores

USP está com inscrições abertas para o Programa Institucional de Pesquisas nos Acervos da Universidade, e o IEB é um dos participantes

 21/02/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 23/02/2017 as 15:33
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Parte do acervo de Yan de Almeida Prado, localizado na Biblioteca Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Parte do acervo de Yan de Almeida Prado, localizado na Biblioteca do IEB – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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A Universidade de São Paulo está com inscrições abertas, até o dia 24 de fevereiro, sexta-feira, para o Programa Institucional de Pesquisas nos Acervos da USP. O objetivo é estimular pesquisas no Brasil e no exterior que explorem os acervos de seus museus e instituições através do oferecimento de auxílios individuais a pesquisadores que apresentem um projeto de pesquisa sobre o material disponível na Universidade. O edital contendo mais informações pode ser acessado aqui.  Entre os ricos acervos que poderão ser explorados está o do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), centro multidisciplinar de pesquisas e documentação sobre a história e a cultura do Brasil.

Criado em 1962 por iniciativa do historiador Sérgio Buarque de Holanda, o IEB é uma instituição destinada tanto às atividades de pesquisa e documentação quanto à preservação dos acervos culturais de interesse aos estudos do Brasil sob sua guarda. Nesse sentido, mantém um conjunto de documentos, publicações e objetos que, em 2010, de acordo com o Guia do IEB publicado naquele ano, chegava aproximadamente a 638 mil itens, todos disponíveis para serem pesquisados.
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Álbum de família do historiador Caio Prado Júnior, um dos milhares de itens mantidos pelo Arquivo Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Álbum de família do historiador Caio Prado Júnior, um dos milhares de itens mantidos pelo Arquivo do IEB – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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O acervo do ABC do IEB

Conforme é explicado no Guia, de um modo geral, o acervo do instituto é formado por fundos – conjuntos de documentos pessoais, ou seja, produzidos e/ou reunidos pelo seu titular, que funcionam como “um espelho da vida” da pessoa que está ali representada –, coleções, formadas por documentos de vários tipos e origens reunidos por uma pessoa ou instituição, em geral relacionados a um assunto ou a uma personalidade, e ainda uma vasta documentação resultante de pesquisa, avulsa e geral. Atualmente, os itens estão distribuídos, de acordo com a natureza de cada um, pelos três setores que o compõem: Arquivo, Biblioteca e Coleção de Artes Visuais, tripé carinhosamente chamado de ABC do IEB.

No Arquivo, conforme a supervisora técnica de serviço do setor, Elisabete Marin Ribas, encontram-se diversos tipos documentais, como esboços de livros feitos à mão, cartas pessoais, cartões-postais, cadernos e cadernetas, partituras musicais e filmes em suporte de fita magnética ou de material mais atual. Além de reunir arquivos pessoais de personalidades que marcaram a história e a cultura do Brasil, coleções, documentação resultante de pesquisa, avulsa e geral, também conta com documentos de sua própria história, o Fundo do IEB. Já na Biblioteca ficam as publicações que chegam ao instituto, incluindo livros, periódicos, separatas, teses e catálogos de arte. De um modo geral, conta com bibliotecas pessoais mantidas em sua unidade com os nomes de seus antigos proprietários – como a do escritor Guimarães Rosa -, com uma Coleção Geral e, também, com coleções completas de revistas raras. Dentre as raridades do acervo estão obras dos séculos  16, 17 e 18, além de obras com dedicatórias e marginálias, como livros de Manuel Bandeira anotados por Mário de Andrade. Por fim, na Coleção de Artes Visuais, encontra-se um acervo heterogêneo de objetos e obras de arte de interesse para a cultura brasileira, que inclui peças como pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e mapas.
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Livro com dedicatória de Manuel Bandeira à Guimarães Rosa Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Livro com dedicatória de Manuel Bandeira a Guimarães Rosa – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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Vale ressaltar que o acervo do IEB apresenta uma particularidade: de acordo com Elisabete, como o instituto lida com itens provenientes de fundos e coleções pessoais que, por sua vez, carregam em si características das pessoas a que se referem, nele, os itens são organizados de modo a buscar manter sua singularidade. “Se Mário de Andrade tratava as coisas de uma maneira, a gente vai tentar manter a mesma maneira como ele as tratava, a gente tem que preservar aquilo”, afirma. A supervisora da Coleção de Artes Visuais, Bianca Maria Abbade Dettino, ressalta: “Aqui a importância é do sujeito e da sua contribuição para a cultura brasileira”.

Pesquisa no instituto

O prazo final para as inscrições para o Programa Institucional de Pesquisas nos Acervos da USP está próximo do fim, mas, para aqueles que se interessam por explorar o rico acervo do IEB, esta não será a única oportunidade. Por se tratar de raridades, o acesso ao acervo do instituto é controlado de modo a buscar a preservação e permanência dos itens sob sua guarda, mas tudo o que o IEB mantém é aberto pública e permanentemente para a pesquisa. As visitas aos acervos devem ser agendadas previamente pelos e-mails arquivoieb@usp.br (Arquivo), bibieb@usp.br (Biblioteca) e colecieb@usp.br (Coleção de Artes Visuais).
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Alguns dos quadros que compõe a Coleção de Artes Visuais, entre eles, "O Mamoeiro" (1925), de Tarsila do Amaral Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Alguns dos quadros que compõem a Coleção de Artes Visuais, entre eles O Mamoeiro (1925), de Tarsila do Amaral – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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Outros museus e instituições

Vale lembrar que outros acervos da Universidade também participam do programa. Além do IEB, estão incluídos os museus da USP – Museu de Arte Contemporânea (MAC), Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), Museu Paulista (MP) e Museu de Zoologia (MZ) -, a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) e o Centro de Biologia Marinha (CEBIMar).

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O acervo do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) está dividido em dois locais, na Cidade Universitária, em São Paulo. O Arquivo fica no Edifício Brasiliana, na Praça do Relógio Solar, nº 342, telefone (11) 3091-3427. A Biblioteca e a Coleção de Artes Visuais ficam no antigo prédio do IEB, na avenida Professor Mello Moraes, travessa 8, nº 140, telefones (11) 3091-3467 e (11) 3091-3247, respectivamente.

 

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