“Filme sobre Antonio Candido me fez pensar na morte”, diz Eduardo Escorel

O diretor de “Antonio Candido, Anotações Finais” fala na Rádio USP sobre o impacto que a obra causou na sua vida pessoal

 Publicado: 30/09/2024 às 14:12
Homem velho, com bigode e cabelos brancos e de com óculos.
O crítico literário e professor da USP Antonio Candido (1918-2017) – Foto: André Gomes de Melo – CC BY 2.0 – Wikipedia

“Eu passei a me preocupar cada vez mais com a minha própria morte e a pensar na sua inevitabilidade”, afirma o cineasta Eduardo Escorel, falando sobre a experiência de roteirizar e dirigir o filme Antonio Candido, Anotações Finais, que traz reflexões do crítico literário e professor da USP Antonio Candido (1918-2017). Inspirado num pequeno texto escrito por Candido em 1997 – intitulado O Pranto dos Livros -, o filme se baseia nas anotações feitas pelo professor nos dois últimos dos 74 cadernos inéditos que ele deixou. Elaborados entre 2015 e 2017, esses dois volumes preservam registros sobre o fim da vida, a fragilidade física, lembranças da esposa Gilda de Melo e Sousa (1919-2005) – também crítica literária e professora da USP – e gostos literários e musicais. Antonio Candido, Anotações Finais entrou em cartaz nos cinemas no dia 26 passado. Em São Paulo, ele será exibido nesta terça-feira, dia 1º, às 18 horas, no Espaço Cinema Augusta (Rua Augusta, 1.475, Consolação).

Homem de barba e, ao fundo, uma estante de livros.
O cineasta Eduardo Escorel – Foto: lauraescorel/Instagram

No boletim Dica Cultural, da Rádio USP, Escorel cita uma anotação feita por Candido em maio de 2016 que fez o cineasta se aprofundar nas reflexões sobre a morte. Na anotação, o professor afirma: “O lento e incessante despovoamento do mundo a que pertencemos começa de repente a se acelerar”. Essas palavras fizeram Escorel refletir sobre o próprio processo de “despovoamento do mundo”. “Aceleração que começou cedo demais para mim com a morte de saudosos amigos com os quais me iniciei no cinema e que morreram na década de 80 ainda moços: Glauber Rocha, Leon Hirszman e Joaquim Pedro de Andrade, entre outros nas décadas seguintes, falecidos antes da hora de causas naturais ou não”, declarou Escorel ao Dica Cultural (ouça no link abaixo).

Com 87 minutos de duração, Antonio Candido, Anotações Finais tem narração feita pelo ator Matheus Nachtergaele. O filme estreou no 29º Festival Internacional É Tudo Verdade, em abril deste ano, e foi exibido na mostra Filmes para Adiar o Fim do Mundo do 25º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), em junho. A produção é da Superfilmes – Cinefilmes, com coprodução da SescTV e produção associada da Afinal Filmes.

Ouça no link abaixo áudio com o diretor Eduardo Escorel sobre o filme Antonio Candido, Anotações Finais, transmitido no dia 26 de setembro de 2024 pelo boletim Dica Cultural, da Rádio USP. A produção e apresentação são da jornalista Heloisa Granito.

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Assista no link abaixo ao trailer do filme Antonio Candido, Anotações Finais, do diretor Eduardo Escorel.


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