Exposição mostra que jaleco branco nem sempre foi padrão em hospital

De 6 a 24 de agosto, a USP, em Ribeirão Preto, expõe uniformes que contam a história da enfermagem

 02/08/2018 - Publicado há 6 anos
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Modelos de uniformes usados antigamente são apresentados na exposição – Foto: Cofen

A cor branca nem sempre foi predominante nos uniformes dos profissionais de saúde. Para mostrar as variações de tons e modelos ao longo do tempo, de 6 a 24 de agosto, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP promove a exposição Indumentárias do Cuidar: símbolo de identidade da enfermagem brasileira no período de 1890-1942.

O evento integra as comemorações do Jubileu de Safira da EERP e traz a evolução histórica dos uniformes utilizados em atendimentos de saúde, das cuidadoras e visitadoras sanitárias do século 19 até meados do século 20. Os visitantes conhecerão os modelos das Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo e os das profissionais da década de 1940, como as precursoras da Enfermagem Florence Nightingale e Anna Nery.

Segundo Luciana Barizon Luchesi, pesquisadora da área de História da Enfermagem da EERP, “a indumentária é uma história viva, é a possibilidade de dar apelo visual a algo, na maioria das vezes, somente encontrado na literatura.”

Ela destaca que a exposição é uma oportunidade de encontro entre passado e presente que provoca discussões, como as “consequências positivas e negativas da perda dos símbolos e ritos que envolviam a indumentária do enfermeiro em tempos anteriores.”

Um dos modelos da exposição Indumentárias do Cuidar – Foto: Cofen

O evento é organizado pelo Conselho Executivo e Conselho Curador do Centro de Memória da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (CEMEERP) em parceria com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e com o Museu Nacional de Enfermagem Anna Nery (Munean).

A exposição será no Centro de Memória da EERP, na Av. Bandeirantes, 3900, campus da USP, em Ribeirão Preto.

Evolução dos uniformes

Pesquisadores apontam que as origens da indumentária do enfermeiro são remotas, com destaque para a Idade Média, quando a cristandade assume como dever o cuidado do enfermo e a indumentária do cuidador recebe grande influência dos hábitos das religiosas”, conta Luciana.

De acordo com a professora, o uniforme criado em 1860 e usado pela Escola Nightingaleana (da inglesa Florence Nightingale), com a capa azul e vermelha e suas variações, influenciou vários países do mundo, inclusive o Brasil. “A Escola de Enfermagem da USP, na capital, chegou a usar modelo semelhante.”

Atualmente, é mais comum nos hospitais a utilização de uniformes brancos. Segundo Luciana, esse fato está relacionado aos avanços nos conceitos de higiene. “Optaram por modelos que fossem confortáveis e dificultaram a transmissão de doenças, eliminando até o uso de toucas. Mesmo não sendo mais utilizada no Brasil, ainda é um elemento simbólico muito utilizado em representações da ficção e propaganda.”


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