Exposição que busca divulgar a Declaração Universal dos Direitos Humanos será apresentada também nos campi da USP da capital e do interior – Foto: Divulgação / Prceu
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“A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.”
Em 10 de dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotava a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que delineia os direitos humanos básicos. Passados 70 anos, o documento ganha uma exposição comemorativa e itinerante, intitulada USP Diversidade nos 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que vai circular pelos campi da USP na capital e no interior. A iniciativa é do programa USP Diversidade, ligado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP. A inauguração da mostra ocorre nesta quinta-feira, dia 16 de agosto, durante a 12ª Feira USP e as Profissões, no Parque Cientec, onde ela permanece até este sábado, dia 18.
Segundo a professora Ana Paula Morais Fernandes, coordenadora do USP Diversidade, a campanha tem como objetivo revigorar o compromisso do programa, que é promover e fortalecer os direitos humanos, a dignidade, o respeito e a diversidade. “A exposição é uma forma de divulgar os direitos humanos em toda a Universidade, além de dar visibilidade ao assunto para a sociedade”, diz, informando que durante os três dias do evento cerca de 80 mil pessoas deverão passar pelo Parque Cientec.
A barbárie da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a vontade de construir um mundo sob novos alicerces ideológicos levaram os dirigentes das nações, liderados pelos Estados Unidos e pela União Soviética, a estabelecer, na Conferência de Yalta, na Rússia, em 1945, as bases de uma futura paz mundial, lembra a professora. O objetivo era criar uma organização multilateral que promovesse negociações sobre conflitos internacionais, para evitar guerras, promover a democracia e fortalecer os direitos humanos. Nesse contexto, um documento que reunisse premissas básicas e consensos era um ponto de partida. Nascia então a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Embora não seja um documento com obrigatoriedade legal, a Declaração serviu como base para os dois tratados sobre direitos humanos da ONU com força legal: o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. O documento influenciou muitas constituições nacionais e tem se prestado também como fundamento para um crescente número de tratados internacionais e leis nacionais, bem como para organizações internacionais, regionais, nacionais e locais na promoção e proteção dos direitos humanos. Segundo a professora Ana Paula, a Declaração é o documento que teve maior número de traduções, depois da Bíblia.
A exposição
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.” Este é o primeiro artigo da Declaração e o mais abrangente, como diz a professora Ana Paula. “A igualdade é muito importante, não há diferença de orientação sexual, cor de pele, aspectos culturais ou religiosos.” Na exposição, os 30 artigos da Declaração são reproduzidos em letras de grandes dimensões e estão dispostos em painéis de 1,60 m de altura. Os textos são acompanhados por composições artísticas criadas pelo designer Victor Daibert, estudante da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, que se inspirou em telas de aquarela com tonalidades vibrantes. A ideia foi apresentar – com diferentes palavras-chave, cores e padrões geométricos – as infinitas possibilidades de representação visual, fazendo um paralelo com a diversidade de pessoas, aparências, crenças e ideias presentes nas sociedades.
Os textos procuram chamar a atenção para os temas tratados na Declaração e mostrar quão atual e necessário continua sendo esse documento, que, apesar de ser bastante difundido, não costuma ser lido pelas pessoas e muitos nem conhecem seu conteúdo. Além da importância da exposição, Ana Paula ressalta que a campanha é inédita porque é a primeira organizada nessa amplitude, “ainda mais neste momento, com a discussão sobre as cotas, as políticas de inclusão e de responsabilidade social para trazer para a Universidade alunos oriundos de escolas públicas e a reserva de vagas para PPI (Pretos, Pardos e Indígenas), programas que trabalham com a questão da igualdade de oportunidades”.
Depois de sua inauguração no Parque Cientec, a exposição segue um calendário que inclui os campi da USP Leste, Faculdade de Direito e Quadrilátero Saúde, além dos campi de Bauru, Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba, Pirassununga e Lorena, voltando para a capital, onde finaliza o circuito em dezembro, no Edifício da Reitoria da USP. Ao longo do percurso, outros órgãos e espaços públicos poderão solicitar a sua inclusão no roteiro, que será divulgado em tempo real no site da PRCEU.
A exposição USP Diversidade nos 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos fica em cartaz de 16 a 18 de agosto, das 9 às 17 horas, no Parque Cientec da USP (Avenida Miguel Estéfano, 4.200, Água Funda, em São Paulo). Mais informações podem ser obtidas no site da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP.
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