Cinema da USP reabre sala Maria Antonia com mostra italiana

“Festival de Cinema Italiano” exibe dez filmes na Cidade Universitária e no Centro Cultural Maria Antonia

 16/11/2022 - Publicado há 1 ano
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De 16 de novembro a 4 de dezembro, Festival de Cinema Italiano faz uma retrospectiva das grandes divas italianas do século 20 e aborda problemas contemporâneos – Cinema – Fotomontagem Jornal da USP/Flickr/Cinusp

 

Em parceria com o Consulado Geral da Itália, o Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp) promove o Festival de Cinema Italiano, que começa nesta quarta-feira, dia 16, e vai até 4 de dezembro. A programação conta com dez filmes, marcando a reabertura da sala Maria Antonia, instalada no Centro Cultural Maria Antonia da USP, na Vila Buarque, região central de São Paulo. A curadoria quis fazer uma retrospectiva das grandes divas do século 20 e também dos diretores cinematográficos que as capturaram em imagens. “Serão apresentados filmes inéditos, notáveis tanto pelo diálogo com os clássicos do cânone italiano quanto pelo tratamento inovador de problemáticas atuais”, destaca o texto de apresentação da mostra, publicado pela curadoria na página do Cinusp

O Conformista (1970), dirigido por Vittorio Storaro, um dos filmes do programa, é baseado no romance de mesmo nome de Alberto Moravia, que recebeu indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. O longa-metragem é ambientado na Itália de Mussolini, em que o personagem Marcello aceita trabalhar para o ditador. Ele recebe a missão de assassinar seu antigo professor que fugiu para a França. Em meio à história, o personagem se apaixona por uma jovem ligada ao regime, Anna Quadri.

Os Irmãos de Filippo (2021), com direção de Sergio Rubini, retrata a vida dos negligenciados filhos de Eduardo Scarpetta (1853-1925), famoso comediante italiano. Eduardo, Peppino e Titina vivem com a mãe, Luisa De Filippo, em Nápoles, e, apesar do pouco contato com o pai, o amor pelo teatro é repassado e se tornam atores tão importantes quanto seu pai na dramaturgia italiana.

Também ambientado em Nápoles e dirigido por Mario Martone, Nostalgia (2022) é o candidato ao Oscar de 2023 pela Itália – as indicações oficiais pela academia saem em janeiro de 2023. Baseado no romance homônimo de Ermanno Rea (1927-2016), retrata o retorno de Felice Lasco à cidade após muitos anos morando no Egito.

Lançado no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Roma, Cidade Aberta (1945) “é uma verdadeira homenagem ao cinema italiano”, como se lê no texto de apresentação da mostra. A obra é dirigida pelo cineasta do neorrealismo italiano Roberto Rossellini (1906-1977). Ambientado na capital da Itália ocupada por nazistas, o líder da resistência Giorgio Manfredi precisa fugir da cidade, contando com a ajuda de seu amigo Francesco e do padre Don Pietro Pellegrini. “Para dar vida às suas imagens, Rossellini comprou películas no mercado negro, levou a câmera para as ruas, utilizou-se de não atores e fotografou seus personagens contra os escombros”, explica a curadoria no texto.

Seca (2022), de Paolo Virzì, é um drama que parte da escassez de água no planeta nos últimos três anos. Nele, personagens que representam diferentes grupos da sociedade se juntam em busca da redenção, adaptando-se às novas dinâmicas sociais do mundo. O destaque desse longa-metragem é que ele se passa no contexto da pandemia de covid-19 e conta com um alerta a respeito da situação climática.

Dirigido por Luchino Visconti (1906-1976), Violência e Paixão (1974) tem como enredo a história de um professor que decide alugar o andar de cima de seu apartamento para a marquesa Bianca Brumonti. Com ela se muda também seu amante, Konrad, sua filha Lietta e o namorado de sua filha. Com o tempo, a trama familiar vai ganhando espaço e a vida do professor se mistura com a da família.

O Mal Obscuro (1990) é uma comédia de Mario Monicelli, baseada no livro homônimo de Giuseppe Berto (1914-1978), que retrata a história de Giuseppe Marchi, um frustrado escritor que sofre com a dominação de seu pai. A trama se desenrola com Giuseppe lidando com os traumas e a liberdade após a morte do pai.

A Bela Moleira (1955) é um romance dirigido por Mario Camerini (1895-1981) que mostra um político corrupto se apaixonando por uma bela mulher. Entretanto ela é casada, o que faz com que todos da cidades façam favores a ela e seu marido. A história se passa em Nápoles, num contexto econômico em que os moradores pagam muitos impostos, inclusive pela chuva.

Outro romance do festival é A Moça com Valise (1961), dirigido por Valerio Zurlini (1926-1982). Aspirante a cantora, Aida se apaixona por Marcello, que promete fazê-la progredir na carreira artística. Porém, o playboy termina o envolvimento com Aida. Em choque, ela o procura até encontrar o irmão de Marcello, Lorenzo, que se apaixona pela cantora e usa do dinheiro da família para ajudá-la.

A mostra Festival de Cinema Italiano, do Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp), acontece desta quarta-feira, dia 16, até 4 de dezembro, em sessões às 16, às 18 e às 19 horas, nas salas do Cinusp no Anfiteatro Camargo Guarnieri (Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, em São Paulo) e no Centro Cultural Maria Antonia (Rua Maria Antonia, 258/294, Vila Buarque em São Paulo). Entrada grátis. É obrigatório o uso de máscara facial, como medida contra a covid. A programação completa do evento está disponível no site do Cinusp.

 


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