As multifaces de São Paulo

Estudantes da USP recebem a tarefa de fotografar a capital paulista partindo de diversas perspectivas

 24/01/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 23/05/2018 as 11:12
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Monumento a Anchieta, de Heitor Usai, na Praça da Sé – Foto: Matheus Souza

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egalópole por excelência, São Paulo tem inúmeras faces – e muitas vezes é difícil conseguir captar as expressões dessa cidade multifacetada. Mas foi justamente esse o desafio que alunos da disciplina Jornalismo Visual: fotojornalismo e design da notícia, do primeiro ano do curso de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), se dedicaram a enfrentar. O ensaio, exatamente intitulado São Paulo Multifacetada, proporcionou aos alunos deitarem um olhar autoral sobre a cidade em que vivem, com cada estudante apresentando sua visão pessoal sobre a maior cidade da América do Sul. O resultado desse trabalho pode ser conferido a seguir.

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A feira é uma coisa muito paulistana. Ela se apresenta de várias formas. Todo dia tem feira. Seja ela de comida ou de pastéis. Seja de antiguidade ou de livros. Paulistano gosta muito de feira. As pessoas gostam de se reunir, gostam de pechinchar, do barulho, dos cheiros, do colorido, de passear… Gostam do ritual de ir à feira.

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Baterias Universitárias, assim como essa cidade, são feitas de contraste. Movimento e inércia, individual e coletivo, correria e calma, dor no braço e sorriso no rosto, diversão e responsabilidade. Essas palavras opostas me lembram o mundo das baterias, mas também me lembram São Paulo. Tentei passar esse contraste para o meu ensaio. Brincando com o foco, capturando o rastro dos instrumentos, as cores e, às vezes, apostando em borrões.

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Desde o começo eu estava pensando em um tema que desse para relacionar com urbanismo, arquitetura e arte. Quando digo sobre arquitetura ou urbanismo, era para relacionar com a história de São Paulo.

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Eu quis encontrar uma forma de representar as pessoas (que, afinal, são quem faz a cidade ser tão multifacetada) que mostrasse um pouco do passado delas e da vida que elas levam. Achei que as mãos teriam uma simbologia interessante por estarem associadas à ideia de trabalho e de futuro e por serem um dos principais meios pelo qual conhecemos o mundo ao nosso redor.

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Necrópoles. Ricos, pobres. Brasileiros, estrangeiros. Religiosos de todos os tipos, pessoas sem religião. Famosos, anônimos. São Paulo carrega como emblema a diversidade de seu povo, sua força motriz, sua essência. Quando uma metrópole conflui tamanha pluralidade humana, é inevitável que isso seja expresso de diversas formas. Uma delas, explorada neste ensaio, se manifesta no abraço derradeiro da cidade para com seus habitantes: o abraço pós-morte.

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O trânsito não é só um dos grandes traços ‘identitários’ da cidade de São Paulo, mas é também uma espécie de ‘espaço’ ou ‘via de sustento’ para muitos nela. Por meio da venda de artigos ou breves apresentações artísticas, por exemplo, o farol vermelho é, também, prenúncio de sustento na ‘cidade-trânsito’. O meu ensaio tenta descortinar um pouco do cenário do vendedor do trânsito na cidade, a alternância entre a espera e a correria subsequente que caracteriza sua atividade entre o andar e o parar dos veículos.

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Eu comecei a pensar nos elementos que formam a cidade. Para além das construções, das indústrias, ou de qualquer coisa material, acredito que a riqueza de São Paulo está nas pessoas que moram aqui. Entre essas pessoas, os imigrantes têm uma importância fundamental em todo nosso desenvolvimento, em toda nossa história, isso não de agora, de séculos. Nós temos uma dívida com esses imigrantes. A maioria da nossa população não reconhece a importância e não dá o valor necessário para esses agentes fundamentais de toda nossa transformação, nesta que é a maior cidade do País.

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A primeira coisa que me veio à cabeça foi sobre casais, sobre o amor. Decidi que ia fazer essas multifaces do amor. Quis mostrar as formas de amor. A gente não tem tempo para nada, tudo correndo, mas pensei nessas pequenas coisas. O abraço, as mãos dadas, pessoas juntas, são esses pequenos momentos no meio de um turbilhão de coisas que demonstram o AMOR.

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Os Extremos das Linhas Metroferroviárias de São Paulo. As linhas metroferroviárias de São Paulo são as maiores em número de extensão e demanda de todo o Brasil. Suas linhas abrangem, principalmente, a capital paulista. Desta forma, o transporte sobre trilhos tornou-se imprescindível à população. Porém, quando se ouve falar sobre as estações, sempre as da região central são lembradas, até porque são elas que recebem o maior número de passageiros diariamente. Com esse intuito foi realizado este ensaio: fotografar as últimas estações que muitos têm como referência, porém sequer pisaram nelas.

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O objetivo deste ensaio foi capturar, através das lentes, a diversidade do amor paulistano. Os modelos são casais de diferentes idades, cores e gêneros que não estavam cientes de que estavam sendo fotografados. A intenção é de que os registros fossem espontâneos. São rostos e gestos que expressam o amor ou apenas o que aprendemos com o que ele se parece.
O beijo que fecha este ensaio teve como trilha sonora ao vivo Toda forma de amar. É esse amor que queremos em SP. E, ao contrário do que dizem as más línguas, ele existe, sim.

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