Telemedicina pediátrica auxilia no combate à covid-19

Claudio Schvartsman diz que atendimento remoto tira dúvidas exclusivas de pais e responsáveis e evita idas desnecessárias aos prontos-socorros

 13/04/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 17/04/2020 as 16:35
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Atendimento por videoconferência realizado por profissionais do Instituto da Criança do HC – Foto: Divulgação/HC FMUSP

O Instituto da Criança e do Adolescente (ICr) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP está inaugurando a teleconsulta pediátrica, novo serviço que esclarece, de forma exclusiva, dúvidas sobre a covid-19 para pais de crianças e adolescentes matriculados nos seus ambulatórios. Para melhor explicar essa nova modalidade, o Jornal da USP no Ar conversou com o professor Claudio Schvartsman, chefe do Centro Integrado de Emergência Pediátrica do ICr.

A ideia surgiu devido ao “contexto atual complexo e desafiador”, como define Schvartsman, referindo-se ao momento de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. “Nós temos que poupar os serviços de saúde para que tenham seus atendimentos direcionados para aqueles que realmente precisam e evitando a tão temida sobrecarga desses serviços”, pontua. Por ser um instituto de pediatria, o ICr adotou a telemedicina pediátrica pensando nas crianças atendidas com as mais variadas doenças crônicas.

Atualmente, pais estão com receio de levarem seus filhos aos consultórios. Justamente por isso, e aliada a novas tecnologias, surgiu a ferramenta que o ICr passou a adotar para atendimento remoto, ou seja, sem que haja necessidade de sair de casa. Funcionando há uma semana com chamadas de vídeo de boa resolução, a consulta disponibiliza em tempo real o prontuário do paciente para mútua visualização, o que possibilita pediatras emergencistas avaliar as crianças e prontamente atender dúvidas das famílias. “Isso, muitas vezes, permite uma orientação que impede a ida desnecessária a uma unidade de saúde”, explica o professor.

Schvartsman diz que, de forma geral, a covid-19 em crianças “significa um quadro gripal de leve para médio”. A criança pode apresentar febre, tosse e coriza. O grande receio é que, com ou sem sintomas, a criança pode ser um vetor de transmissão para adultos, idosos e demais integrantes do grupo de risco. “Hoje, o maior temor para a criança é o quadro de resfriado, que pode ser covid-19; a criança estará bem e vai se curar espontaneamente, mas com potencial de transmissão.”

O professor acredita que dois elementos na observação de alerta para diagnóstico de crianças são a falta de ar e de apetite. “A ferramenta permite uma reavaliação diária, conduzimos com bastante segurança. Na menor dúvida, a criança é encaminhada a um pronto-socorro ou para o ICr.” Evitando um cenário alarmista, Claudio Schvartsman lembra que estamos na época das doenças respiratórias, que acometem crianças, e enfatiza a importância de ficar em casa neste momento: “Isso é que trará segurança para todos”.

Ouça a entrevista completa no player acima.


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