Os professores Glauco Arbix e Amâncio César Friaça relembram os 50 anos da chegada do homem à Lua no “Diálogos na USP”
As viagens espaciais e a chegada do homem ao nosso satélite natural inspiraram livros, discos e filmes, por Marcello Rollemberg
Na década de 1960, a disputa entre Estados Unidos e União Soviética pela hegemonia mundial alavanca a conquista espacial que levou o homem à Lua, por Luiz Roberto Serrano
Chegada à Lua, em 1969, exigiu séculos de ciência e teve competição entre superpotências mundiais
Para colunista, a chegada do homem à Lua, mais do que uma vitória americana, foi uma vitória da humanidade e dos direitos humanos
Sem a Missão Apolo, áreas como a microeletrônica, que está em nossos computadores e celulares, poderiam ter demorado bastante para surgir
“Nunca desejei ser astronauta, mas o sucesso da missão Apollo me arrancou do interior do Paraná e me fez aventurar por um mundo incerto e complexo da cidade de São Paulo à procura de uma faculdade de Física”, lembra o professor Augusto Daminelli, do IAG-USP. Ele tinha 22 anos quando Neil Armstrong e Buzz Aldrin puseram os pés na Lua. Vivia na roça e não tinha televisão, mas conseguiu assistir ao feito pela TV, com a família, na casa de amigos. “Foi uma inspiração.”
“Daí, seguindo caminhos imponderáveis acabei me tornando um astrofísico e olhando a Lua não mais como um grande e difícil objetivo, mas como um pequeno aglomerado de rochas girando em torno de um minúsculo planeta”, completa Daminelli, hoje um renomado especialista em evolução estelar e astrobiologia.
“Lembro daquela imagem na TV e, depois disso, da quantidade de brinquedos que tinha conectados à Lua e a foguetes”, recorda o engenheiro Danton Villas Boas, tecnologista do IAE-DCTA, especialista em motores foguete de propulsão líquida. Ele tinha 7 anos em 1969. “Estou trabalhando nessa área, sem dúvida, por influência do pouso na Lua.”
Se Pontes se inspirou nas missões Apollo para chegar ao espaço, seu próprio vôo também serviu para inspirar uma nova geração de — quem sabe — futuros astronautas e cientistas brasileiros. “O que mais me lembro é da chegada do Pontes à Estação Espacial; foi algo que realmente me marcou. Eu tinha 8 anos; assisti pela TV”, conta a jovem Maria Gisllanny Bezerra Silva, hoje com 21, estudante do quarto semestre de Física na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). “Aquele dia, resolvi que queria ser astronauta.”
Apollo 13 foi a única missão que fracassou em pousar na Lua (por causa de uma explosão em um dos tanques de oxigênio da nave), mas entrou para a história como um caso heróico de resgate espacial — muito bem retratado no filme. Um “fracasso de sucesso”, nas palavras da Nasa. Depois, vieram ainda a Apollo 14, 15, 16 e 17. Ao todo, foram seis pousos em sete tentativas, num período de três anos e meio. Nada mal para uma missão que parecia quase impossível.