O peroxinitrito é um potente oxidante biológico que pode alterar a estrutura de outras moléculas. Embora cada molécula de peroxinitrito só exista durante cerca de um segundo, a sua grande reatividade faz com que possa alterar a estrutura de moléculas vizinhas, como DNA ou proteínas. Agora, pesquisadores do CEPID Redoxoma do Instituto de Química da USP, apontam novos detalhes da interação entre o peroxinitrito e uma proteína muito importante para a célula, chamada proteína dissulfeto isomerase, ou PDI.
[embedyt] https://www.youtube.com/embed?listType=playlist&list=PLAudUnJeNg4tXm2hoPRvrtrjFeLVCJHmX&v=vY8jwqY7qVM[/embedyt]Agregados proteicos
Para que as proteínas possam exercer a sua função biológica, elas precisam ter uma estrutura tridimensional adequada. E uma das funções da PDI é precisamente garantir que novas proteínas adquiram uma estrutura correta. Quando esse processo falha, as proteínas não só perdem a sua função, como podem agregar entre elas e produzir agregados tóxicos. É o que acontece em várias situações patológicas, como os males de Alzheimer e Parkinson, ou na catarata ocular.
A perda de estrutura de proteínas e a sua agregação pode ser induzida por oxidantes biológicos, como o peroxinitrito. E quando o alvo do peroxinitrito é uma proteína como a PDI o efeito é duplo: por um lado, quando a PDI perde a estrutura, ela própria agrega. Por outro, a inativação da PDI faz com que as novas proteínas que estão sendo produzidas não consigam adquirir a sua estrutura tridimensional e agreguem.
Novos detalhes
A nova pesquisa apresenta muitos detalhes, até agora desconhecidos, da interação entre o peroxinitrito e a PDI. Os pesquisadores identificaram os lugares específicos da estrutura da PDI que são modificados pelo peroxinitrito, além de determinar a velocidade à que a reação ocorre.
Os resultados foram publicados na revista Journal of Biological Chemistry.