Máscaras caseiras continuam eficazes, se usadas de forma correta

Há divergências ao redor do mundo sobre a necessidade da população em geral utilizar máscaras do tipo N95 (ou PFF2). Mas os especialistas concordam que o uso de máscara, mesmo de tecido, é essencial: a falta ou uso incorreto do item continua sendo um dos principais fatores de propagação do vírus

 01/02/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 02/02/2021 as 16:15
O uso de máscaras continua sendo fundamental para a contenção e controle do coronavírus, principalmente com a chegada das novas variantes. À esquerda, uma máscara padrão PFF2, o equivalente brasileiro ao N95  – Fotomontagem: Divulgação 3M e Pixabay

 

Enquanto o processo de vacinação dá seus primeiros passos no Brasil, o uso de máscaras continua sendo fundamental para a contenção e controle do coronavírus, principalmente com suas mutações. Mas quais máscaras a população deve usar: as industriais, as caseiras ou ambas?

O questionamento acima é motivo de debate ao redor do mundo. Alguns países da Europa tornaram mais restritas as regras de proteção facial. As máscaras simples de tecido foram vetadas em locais públicos na Alemanha, França e e Áustria, tendo como justificativa oferecer uma maior proteção contra novas variantes do vírus encontradas no Reino Unido, África do Sul e  Brasil, que são mais contagiosas. Foi indicado o uso de máscaras do tipo N95, equivalente, no Brasil, ao modelo PFF2, com capacidade de filtrar mais de 90% das partículas. Países da Ásia como Cingapura e Coréia do Sul têm produzido em massa máscaras de alta qualidade para entregar à população.

A obrigatoriedade não é consenso. Nos EUA, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomenda máscaras comuns, porém bem ajustadas e com duas ou mais camadas de tecido lavável e respirável, deixando as máscaras cirúrgicas e industriais para os profissionais de saúde.

Também para a Organização Mundial da Saúde (OMS), máscaras deste tipo devem ser usadas por profissionais de saúde, pessoas com sintomas de covid-19 e quem entrou em contato com elas, além de pessoas com 60 anos ou mais ou com comorbidades que integram o grupo de risco. Já a população em geral pode continuar utilizando a máscara de tecido caseira com três camadas, capaz de filtrar até 70% das partículas.

A entrevistada do Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Thaís Guimarães, da Subcomissão de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) da Faculdade de Medicina da USP, concorda. De acordo com ela, as máscaras de tecido são e continuam eficazes, se usadas de forma correta.

Thaís explica que o Hospital das Clínicas recomenda o uso de máscaras cirúrgicas N95 para profissionais de saúde e as de pano para o resto da população. O uso incorreto do item ainda continua sendo um dos principais fatores de propagação do vírus e a máscara deve estar bem adaptada ao rosto da pessoa, pois, se ela estiver frouxa, o nariz fica exposto, tornando seu uso ineficaz.

Quanto ao uso de protetores faciais (face shields), sua eficácia só acontece se o indivíduo estiver usando uma máscara em conjunto com o protetor. “A gente tem que ter a máscara de tecido embaixo, que é justamente para fazer a cobertura do nariz e da boca, que é por onde o vírus vai entrar”, conclui Thaís. De acordo com o tempo, após muitas lavagens, o tecido também pode perder sua trama, sendo necessária a troca por uma mais nova. A recomendação é que a máscara seja lavada diariamente, podendo ser usada novamente após estar seca.


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