Escolas de verão movimentam a Cidade Universitária nas férias

Eventos de humanas e de exatas reúnem estudantes de pós-graduação e professores universitários para aprimorarem conhecimentos

 01/02/2017 - Publicado há 7 anos
Pesquisadores de ciências sociais se reúnem na FFLCH para frequentar a escola de verão da International Political Science Association em parceira com a USP — Foto: IPSA-USP Methods Summer School
Pesquisadores de ciências sociais se reúnem na FFLCH para frequentar a escola de verão da International Political Science Association em parceria com a USP — Foto: IPSA-USP Methods Summer School

Para a maioria dos estudantes, janeiro é sinônimo de férias. Mas, para quem já está trabalhando ou se preparando para defender uma dissertação ou tese, o ano começa bem mais cedo. Por isso, no primeiro bimestre do ano, a USP, em parceria com instituições internacionais, oferece escolas de verão para que alunos da pós-graduação e professores universitários possam manter o ritmo de estudo e aprimorar seus conhecimentos.

Na Cidade Universitária, dois grandes cursos nas áreas de humanas e exatas estão acontecendo simultaneamente. Trata-se da oitava edição da Escola de Verão IPSA-USP e da quarta Escola de Verão Infieri, que acolhem dezenas de estudantes durante o verão.

IPSA-USP Summer School

Criada em 2010, a IPSA-USP Summer School é fruto de uma parceria entre a International Political Science Association (IPSA), o Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e o Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP. Hoje ela é a maior e a mais antiga escola de verão da associação internacional, que também oferece cursos em Singapura, Ancara e Cidade do México.

Só nesta edição, estão participando 226 estudantes de mestrado e doutorado e professores universitários, vindos de 19 países e 52 instituições diferentes. É o maior público desde a criação da escola de verão na Cidade Universitária.

Neste ano, os estudantes têm contato com 20 disciplinas ministradas em inglês entre os dias 23 de janeiro e 10 de fevereiro. O foco do curso é o ensino de metodologias de pesquisa em Ciência Política pouco exploradas no currículo das universidades.

Aulas do IPSA-USP vão até dia 10 de fevereiro — Foto: IPSA-USP Methods Summer School
Aulas da IPSA-USP vão até dia 10 de fevereiro — Foto: IPSA-USP Methods Summer School

“A summer school é uma escola muito plural, que tem disciplinas tanto do nível mais básico quanto do mais avançado e apresenta muitos temas que não são trabalhados normalmente num curso comum”, explica Lorena Barberia, professora da FFLCH e membro do comitê institucional da escola de verão IPSA.

Como resultado, metade dos estudantes da summer school manifestaram que usarão os métodos aprendidos durante o curso em suas dissertações e teses. Além disso, cerca de 30% dos professores universitários utilizam os métodos em artigos científicos publicados.

Para que a escola mantenha o rendimento, “há uma preocupação muito grande em recrutar professores que sejam renomados e especializados nos temas das disciplinas, além de serem pedagógicos o bastante para torná-las mais acessíveis”, conta a professora.

Como o objetivo da escola é aplicar o conhecimento acumulado, além das aulas são realizados eventos abertos sobre temas da atualidade. Na programação, se destaca o seminário sobre o resultado das eleições norte-americanas, que ocorrerá dia 6 de fevereiro, às 16 horas. Confira aqui os próximos eventos da escola.

Mais informações: e-mail summeripsa@usp.br, site http://summerschool.fflch.usp.br

Infieri

A Infieri (sigla para Intelligent Signal Processing for Frontier Research and Industry) é uma rede multinacional e multidisciplinar de centros de pesquisa europeus e norte-americanos destinada a treinar profissionais para o desenvolvimento de ferramentas de alta tecnologia para áreas como física, medicina, astronomia e engenharia. Após três edições na Europa, a escola de verão anual da Infieri está pela primeira vez no Hemisfério Sul e a USP foi escolhida como sede.

Participantes do Infieri em edição anterior do evento - Foto: Divulgação
Participantes do Infieri em edição anterior do evento – Foto: Divulgação

“A intenção era fomentar a interação entre indústria e academia em outras partes do mundo, e o renome internacional da USP, além do fato de termos em São Paulo faculdades de todas as áreas abordadas pelo Infieri, teve um peso importante na escolha da sede da escola”, diz Alexandre Suaide, professor do Insituto de Física (IF) da USP e representante local do comitê organizador do Infieri.

Desde o dia 23 de janeiro, cerca de 40 estudantes de pós-graduação brasileiros e estrangeiros frequentam aulas no período da manhã, seguidas de laboratórios à tarde e seminários ao anoitecer, atividades ministradas por representantes da indústria e professores universitários também do Brasil e do exterior. Elas ocorrem na Cidade Universitária no IF, no Instituto de Matemática e Estatística (IME), no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmostéricas (IAG) e na Escola Politécnica (Poli) e também na Faculdade de Medicina (FMUSP) até o dia 3 de fevereiro.

“Já abordamos diversas tecnologias, como inovações na área de diagnósticos e tratamentos de doenças, na construção de grandes telescópios pelo mundo, experimentos com aceleração de partículas. Também falamos sobre computação de alto desempenho, aplicando métodos matemáticos para tratar problemas comuns às áreas da física, medicina e astronomia, por exemplo, como o processamento de imagens, isto é, como melhorar a qualidade de uma imagem por meio de processos matemáticos”, conta o professor Suaide.

Nos próximos dias, serão tratados assuntos como processamento de informação com grande volume de dados e processamento de imagens em física médica e astrofísica. Na sexta-feira, último dia da escola, haverá uma despedida com apresentações dos alunos de pós-graduação acerca das pesquisas que estão desenvolvendo.

Mais informações: site http://www.usp.br/ime/infieri2016, e-mail infieri2016@ime.usp.br

Diego C. Smirne e Larissa Lopes


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