Desemprego deverá ser o grande problema do Brasil em 2021

Paulo Feldmann defende que vacinação e programa de geração de empregos são as medidas mais importantes para a retomada econômica brasileira

 19/01/2021 - Publicado há 3 anos
 Procura por emprego na Cidade de São Paulo – Foto: Marcos Santos

Segundo a projeção feita no início da semana pelo Banco Central, o PIB brasileiro crescerá por volta de 3,4% em 2021. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar Primeira Edição , o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, Paulo Feldmann, discute sobre a possibilidade da retomada econômica e quais projetos devem ser prioritários para o Brasil. 

O especialista explica que a projeção positiva para o PIB ocorre devido a uma melhora no cenário global. “A economia brasileira é muito dependente de como anda a economia mundial e realmente há um clima otimista, apesar da pandemia, para o crescimento da economia nos Estados Unidos e na China, que são os dois principais parceiros brasileiros.”

O setor que mais lucrará com este crescimento será o de commodities. Segundo Feldmann, o preço da soja, do petróleo, da carne, do milho e do minério de ferro, produtos que o Brasil produz, irá aumentar. Porém, ele denuncia que isso “não é uma coisa boa, porque a gente é muito dependente de commodities. Agora, o preço provavelmente vai subir, mas e depois, quando o preço cair?”. 

Feldmann aponta que as estimativas divulgadas pelo Banco Central são muito otimistas. Segundo ele, não é considerável para o Brasil um crescimento maior que 3% ao ano. Além disso, ele explica que os projetos econômicos do Congresso, que ficaram pendentes devido à pandemia e voltarão a ser discutidos este ano, como a Reforma Tributária e a Lei do Gás, não são suficientes para garantir de fato um crescimento econômico.

Para o economista, o que realmente pode melhorar a economia brasileira é a vacinação efetiva e um programa de geração de empregos. “O grande problema do Brasil, neste ano, é o desemprego. São 14 milhões de pessoas desempregadas, o setor de serviços está completamente parado e quase 1 milhão de pequenas empresas quebraram. Tudo isso precisa de um programa de apoio.”


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