Rede Paulista de Astronomia une intercâmbio e gestão de pesquisas

A SPAnet busca compartilhar o conhecimento em astronomia produzido em diferentes instituições do estado

 13/03/2017 - Publicado há 7 anos
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Objetivos da rede envolvem temas na fronteira da ciência contemporânea – Foto: Visual Hunt

Astrônomos de diferentes instituições de ensino e pesquisa de São Paulo estarão reunidos dia 16 de março, na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), para o lançamento da São Paulo Astronomy Network (SPAnet) – ou Rede Paulista de Astronomia, voltada a promover o intercâmbio de informações entre diferentes pesquisadores, instituições e projetos de pesquisa.

Primeira do gênero no Brasil, a SPAnet será apresentada à comunidade científica com o objetivo de discutir, entre os pesquisadores, a criação de uma estrutura de gestão para a rede que possibilite a integração da pesquisa e da infraestrutura existentes, visando ao fortalecimento da astronomia feita no Estado de São Paulo.

O workshop também servirá para identificar ações imediatas que contribuam para aumentar a visibilidade nacional e internacional da pesquisa paulista em astronomia, além de discutir maneiras de promover a educação científica na área e trazer contribuições científico-tecnológicas e econômicas para a sociedade.

Na abertura do evento, Laerte Sodré, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, fará um balanço da pesquisa astronômica paulista e apresentará os objetivos da SPAnet.

De acordo com ele, a rede terá como diferencial o acesso a uma infraestrutura em astronomia que poucos países têm. “A ideia de criar uma rede de astronomia surgiu da necessidade de se organizar esforços isolados para a construção de uma infraestrutura para pesquisas na área. Em São Paulo, somos parceiros de telescópios de grande porte no Chile e Hawaii, com participação de pesquisadores no Giant Magellan Telescope (GMT), no projeto de radioastronomia Large Latin-America Millimeter Array (LLAMA), em colaboração com a Argentina, e no projeto de altas energias ASTRI Mini-Array”, exemplifica.

Sodré também ressalta as colaborações internacionais nesses projetos, cujos objetivos envolvem temas na fronteira da ciência contemporânea. Segundo ele, dada a complexidade dos projetos, nenhuma iniciativa isolada teria mais sucesso do que a junção das expertises de diferentes instituições. “De fato, se aproveitarmos as oportunidades em projetos de ponta, teremos chance de fazer uma verdadeira revolução na nossa astronomia”, afirma.

Ele explica que a maximização do uso de recursos ajudará a conseguir resultados de impacto, de alta visibilidade nacional e internacional. “Uma parte importante desses projetos é o desenvolvimento de instrumentação científica. Assim, vamos procurar promover atividades que impulsionem também a instrumentação astronômica”, comenta, reforçando que, para a formação da SPAnet, foram contatadas cerca de dez instituições, com mais de 130 pessoas.

Rede em discussão

Carina Nebula (ESO/APEX/T. Preibisch et al., N. Smith, University of Minnesota/NOAO/AURA/NSF)
Carina Nebula (ESO/APEX/T. Preibisch et al., N. Smith, University of Minnesota/NOAO/AURA/NSF)

Durante o workshop, quatro mesas-redondas vão promover a discussão sobre diferentes aspectos da pesquisa astronômica em São Paulo, duas na parte da manhã e outras duas à tarde.

Na primeira delas serão debatidas estratégias para aumentar a visibilidade da ciência, com Lucimara Pires Martins, do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), Oli Dors Jr., do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), Odylio Aguiar, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), João Evangelista Steiner e Beatriz Barbuy, ambos do IAG.

Na segunda, voltada à promoção da instrumentação e da participação industrial, o grupo será composto de Vitor de Souza, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, Bruno Castilho, do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Claudia Vilega Rodrigues, do Inpe, Danilo Zanella e Elisabete Dal Pino, ambos do IAG, e José Octávio Armani Paschoal, do GMT Brazil.

Na parte da tarde, serão debatidas ações para melhorar a educação e a difusão científica, em mesa composta com Augusto Damineli, do IAG, André Milone, do Inpe, Rodolfo Langhi, da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Bauru), e Gustavo Rojas, do Núcleo de Formação de Professores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Na última mesa-redonda, Othon Winter, da Unesp de Guaratinguetá, João Braga, do Inpe, Gustavo Lanfranchi, do Núcleo de Astrofísica Teórica da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), Roberto Costa, do IAG/USP, e Adriana Valio, do Centro de Radioastronomia e Astrofísica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, vão discutir as formas de gestão propostas para a SPAnet.

No encerramento do workshop, Sodré vai apresentar a estrutura de um documento e coordenar a escolha dos relatores para a elaboração do Plano para a Astronomia de São Paulo, com discussões sobre estratégias e ações que ajudem a ampliar e dar sustentação à SPAnet.

A Rede Paulista de Astronomia foi inspirada em iniciativas similares bem-sucedidas, como o South American Institute for Fundamental Research (SAIFR), sediado no Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp, e na Netherlands Research School for Astronomy (NOVA), que congrega as principais instituições de pesquisa em astronomia da Holanda, considerada uma das mais sofisticadas do mundo.

Para Sodré, trata-se de uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento da astronomia em São Paulo em termos científicos, tecnológicos e educacionais. “Queremos aumentar a conexão entre os pesquisadores do Estado para criar as condições que permitam ampliar o impacto e a visibilidade da astronomia paulista. Vamos criar as condições para as coisas acontecerem”, diz.

A programação completa do evento está disponível no site da Fapesp. Para inscrever-se gratuitamente, basta acessar este endereço . Mais informações: Samuel Antenor – samuel@fapesp.br / (11) 3838-4381, Fernando Cunha – cunha@fapesp.br / (11) 3838-4151.

Da Assessoria de Comunicação da Fapesp


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